Máscaras, luvas e verificação de temperatura se tornaram um protocolo padrão antes de um corte de cabelo de US$ 1.000 (R$ 5.160) no luxuoso salão Julien Farel na segunda-feira (22), enquanto Nova York avançava em uma nova fase de reabertura da economia em meio à crise da Covid-19.
Os profissionais mais caros no estabelecimento no Upper East Side, em Manhattan, começaram a atender os clientes da lista de 1.200 pessoas decididas a se transformar de desgrenhadas em espetaculares após três meses de “lockdown” devido ao coronavírus.
“Vale cada centavo, porque [depois] é tão fácil de cuidar”, disse Susan Warren, usando um roupão e sentada numa cadeira de corte, retirando a máscara para falar com a repórter.
“Você se sente uma milionária. Mas, se fosse preciso, eu comeria manteiga de amendoim e geleia para ter cabelo e tintura fabulosos”, disse ela, que vive em Nova York.
A sensação de um milhão de dólares começa com uma higienização das mãos e uma máscara, na tentativa de preservar o novo status de Nova York como o estado americano com menor índice de infecção pelo coronavírus. Poucos meses atrás, era o epicentro da pandemia.
“No momento em que a cliente chega, tiramos a temperatura na porta”, diz Suelyn Farel, diretora-executiva do salão e mulher de Julien, que dá nome ao local. As clientes então colocam a bolsa dentro de um saco plástico.
“Estamos distribuindo toalhinhas individuais, para o telefone, os óculos… É claro que todo mundo tem de usar máscara, e recomendamos lavar as mãos e higienizá-las”, diz ela.
A demanda pelo penteado certo —não importa o preço— foi tão intensa depois de meses de quarentena que Farel prevê que os negócios continuem animados até o outono no hemisfério norte.
“Temos uma lista de espera enorme. As pessoas telefonam, mandam e-mails, mensagens. A coisa não para”, diz Suelyn.
Julien Farel afirma que ficou entusiasmado de voltar a trabalhar com a reabertura gradual. Sua clientela também parece estar animada por restaurar a ordem e a cor de suas madeixas, às vezes grisalhas.
“Mil e duzentas pessoas na lista”, deslumbra-se. “Finalmente, hoje é tipo: ’Sim, estamos vivos!’”