O corpo do jornalista Alberto Dines, um dos mais importantes profissionais da imprensa brasileira, foi enterrado na tarde desta quarta-feira (23) no Cemitério Israelita de Embu das Artes, região metropolitana de São Paulo.
Dines morreu na manhã desta terça-feira (22), aos 86 anos. Ele estava internado no Hospital Albert Einstein há 10 dias em decorrência de uma gripe que evolui para pneumonia e faleceu devido a problemas respiratórios.
Familiares, amigos, jornalistas e intelectuais compareceram ao enterro, que foi precedido de uma cerimônia de despedida que seguiu a tradição judaica para prestar as últimas homenagens.
“Dines, você marcou presença com sua sofisticação no pensamento. Além de ser um grande professor, era sempre fiel a seus princípios. Tem pessoas que não deveriam morrer antes dos 100 anos e você não deveria morrer antes dos 200”, afirmou sua esposa, Norma Couri.
O amigo e ex-ministro das Relações Exteriores Celso Lafer ressaltou a generosidade com que Dines tratava as pessoas e as situações. “Sentiremos sua falta e nos alimentaremos da sua memória”, disse.
Também foram prestar suas últimas homenagens o jornalista Bernardo Lerer, que trabalhou com ele no Jornal do Brasil, Kristina Michaelles, diretora executiva do Oservatório da Imprensa, fundado por Dines entre outros amigos e colegas de profissão.
Biografia
Jornalista, professor universitário, biógrafo e escritor, Dines teve destaque em vários veículos de comunicação. Começou a carreira no jornalismo em 1952 na revista A Cena Muda e no ano seguinte participou da fundação da revista Visão, para acompanhar reportagens da área artística. Em 1957 trabalhou na revista Manchete e dois anos depois foi diretor do jornal Última Hora, de Samuel Wainer. No ano seguinte, dirigiu o jornal Diário da Noite, dos Diários Associados, pertencente a Assis Chateaubriand. Em 1962 virou editor-chefe do Jornal do Brasil, onde permaneceu até 1973.
No ano seguinte foi professor-visitante na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, de onde voltou para ser diretor da sucursal da Folha de S. Paulo, no Rio de Janeiro. Em 1980, deixou o jornal e passou a colaborar em O Pasquim.
Mudou-se para Lisboa em 1988, onde lançou a revista Exame, do Grupo Abril. Ainda em Lisboa lançou o Observatório da Imprensa, uma entidade sem fins lucrativos dedicada a avaliar a qualidade do jornalismo brasileiro. Em 1998, lançou o Observatório da Imprensa na TV Educativa do Rio de Janeiro. O programa foi, posteriormente, produzido pela TV Brasil e ficou no ar até 2016.