O técnico Fábio Carille retornou nesta quinta-feira ao Corinthians com o plano de resgatar as propostas e o estilo de trabalho da passagem anterior, entre o início de 2017 e maio de 2018. O discurso de time azarão, de elenco desacreditado e até da “quarta força”, termos tão presentes há dois anos, devem voltar a ecoar pelo clube na busca por uma temporada mais positiva.
O treinador passou sete meses no Al Wehda, da Arábia Saudita, e repetiu diversas vezes durante a entrevista coletiva a comparação com o passado. “Para mim, está parecendo muito 2017”, afirmou, em referência à temporada que marcou sua estreia na profissão. “Acho que o momento é bem parecido”, disse.
Segundo Carille, o Corinthians começa 2019 com jogadores em baixa e convivendo com a desconfiança da torcida, assim como foi há dois anos. O presidente do clube, Andrés Sanchez, até mencionou na quinta-feira o termo “quarta força”, expressão surgida em 2017 para designar o time como possível coadjuvante no futebol paulista. O rótulo negativo acabou por virar incentivo para o elenco ir atrás dos títulos do Paulistão e do Campeonato Brasileiro daquele ano.
O novo comandante do Corinthians relembrou que em 2017 o clube iniciou o ano com dificuldades, com poucas contratações de jogadores e grande saída de atletas, porém encontrou solução dentro da própria casa. Revelações da base, como Guilherme Arana e nomes pouco prestigiados, como Jô, resolveram o problema. “Eu lembro o quanto Jô era questionado, assim como o Balbuena também era, lá em 2016. Eu não desisto de ninguém, todos vão trabalhar forte”, comentou.
Embora o treinador procure traçar comparações com 2017, o próprio Carille é a principal diferença entre os dois anos. Antes ele era uma aposta, um novato promovido a técnico. Agora, retorna com moral e a responsabilidade de reerguer um time que no ano passado correu risco de ser rebaixado no Brasileiro. “Tive um grande aprendizado na Arábia”, afirmou.