O Corinthians pretende perdoar a dívida dos sócios-torcedores inadimplentes e assim aumentar o número de clientes do banco digital Meu Corinthians BMG. A ideia é do diretor de marketing do clube, Caio Campos, que recebeu a reportagem do Estado na última semana.
O número atual de torcedores endividados com o clube é de cerca de 111 mil, quase o dobro dos sócios que estão em dia com a anuidade, que é de 64.800. Mas para zerar esse débito os torcedores terão que abrir uma conta no banco que patrocina a camisa da equipe.
O plano faz parte do projeto de integração entre correntistas e sócios-torcedores e fazer com que um só cartão possibilite a movimentação financeira e também a utilização como ingresso no estádio. O dirigente informou que em novembro, no máximo em dezembro, os sócios que abrirem contas digitais no BMG não estarão mais em dívida com o Corinthians.
“Queremos migrar a base inteira de sócios. Queremos que todos os sócios abram a conta. Não vai ser obrigatório, claro. Mas vai ter muitos benefícios. Vamos anistiar os inadimplentes que abrirem conta. Vamos zerar o passado de dívida e iniciar uma nova parceria”, explicou Caio.
Segundo advogados especialistas em Direito do Consumidor consultados pelo Estado, a prática é legal desde que fique claro para o sócio o custo que terá pela aquisição de conta.
Nem o clube e nem o BMG revelam o número atual de correntistas. A meta em janeiro era ambiciosa. O presidente Andrés Sanchez disse na ocasião que pretendia ter 200 mil contas abertas. E prometeu uma surpresa quando atingisse essa marca. Caio admite que o início não foi “o boom esperado”, mas acredita que essa nova ação deve impulsionar os números. “Queremos que pelo menos metade dos inadimplentes migrem”, disse.
O Meu Corinthians BMG funciona como qualquer banco digital. O cliente tem a conta para movimentar e pode ter cartões de débito e crédito. Não há anuidade. A diferença para os demais bancos é que nos próximos meses o cartão oferecerá descontos nos ingressos para os jogos na arena em Itaquera e também nas lojas oficiais do clube. “Vamos oferecer uma série de benefícios que ainda estão sendo definidos”, informou.
O Corinthians recebeu R$ 30 milhões do BMG no começo do ano. O valor corresponde a dois anos de patrocínio máster e mais R$ 6 milhões em adiantamento referente a eventuais lucros que a parceria poderá trazer. O contrato tem duração de cinco anos, com possibilidade de renovação por mais cinco.
ARENA – Caio conversa regularmente com o presidente Andrés Sanchez sobre os naming rights do estádio. Os dois evitam dar qualquer informação sobre essa “eterna” busca. “A gente não para de trabalhar para tentar. Não paramos de pensar, mas não quero falar nada para não dar falsa esperança. Qualquer coisa que se comenta em relação a isso gera estresse”, comentou.
Ainda em relação ao estádio, Caio informou que o câmpus de uma universidade será instalado no 10º andar, no lado oposto ao da academia do lutador Anderson Silva, que funciona desde 2018. “Não vou revelar o nome, porque o contrato não foi assinado. Mas está tudo certo. As obras começam em agosto. As aulas, em 2019 ”
Além disso, um novo restaurante será inaugurado em breve e o clube já conta com cinco camarotes na arena. Com suas parcerias, o Corinthians recebe um aluguel mensal e tem direito a uma porcentagem do lucro. Muitos projetos nasceram para funcionar fora dos dias de jogos, como o parque de camas elásticas no 4º andar. “Já está pronto. Fizemos a quadra, estamos terminando uma pista de cooper em volta da arena e agora esse parque. O arena começa a ter vida também fora dos dias de jogos.”