A Justiça de São Paulo deu o prazo de três dias para o Corinthians quitar a dívida de aproximadamente R$ 1,5 milhão com a KPMG. Contratada para auxiliar na reestruturação das contas do clube, a empresa de consultoria financeira alega não ter recebido pelo serviço, prestado ainda na gestão do ex–presidente Duílio Monteiro Alves. Um acordo firmado entre as partes previa a quitação da pendência até 20 de janeiro. O caso corre na 1ª Vara Cível do Foro Regional do Tatuapé. A decisão, do juiz Paulo Guilherme Amaral Toledo, foi publicada nesta quinta–feira (13). Também foi determinado que o Corinthians pague os honorários dos advogados, fixado em 10% do valor executado.
O clube tem 15 dias para apresentar recurso. Caso o debitado não seja quitado após a citação na Justiça, o Corinthians corre o risco de bloqueios e penhora de bens. Nos autos do processo, a KPMG diz ter feito “todos os esforços possíveis para recebimento, de forma amigável” do pagamento referente à dívida, mas afirma que o Corinthians permaneceu “inerte e não honrou com o compromisso assumido no título extrajudicial exequendo, não restando, assim, alternativa à KPMG para o recebimento de seu crédito senão o ajuizamento desta ação de execução.”
DÍVIDAS
O balanço do último ano da gestão de Duílio no Corinthians apontou que o clube tem um endividamento líquido de R$ 886 milhões. Segundo estudo da EY, houve uma queda de 4% em relação à temporada anterior (R$ 927 mi), e uma elevação de 138% no período analisado (2014 – 2023). O aumento da dívida do clube se deu especialmente nos últimos cinco anos.
Vale ressaltar que os números não levam em consideração a dívida com a Caixa Econômica Federal pelo financiamento da Neo Química Arena. De acordo com o ex–diretor financeiro do Corinthians, Rozallah Santoro, a pendência é de R$ 706 milhões atualmente. Assim, somado o endividamento líquido, o clube tem um passivo de aproximadamente R$ 2,1 bilhões.