O regime comunista da Coreia do Norte executou publicamente pelo menos sete pessoas na última década por assistir ou distribuir vídeos K-pop da Coreia do Sul, enquanto reprime o que seu líder, Kim Jong-un, chama de “câncer vicioso”, segundo um humano relatório de direitos divulgado na quarta-feira (15/12).
O grupo Transitional Justice Working Group, com sede em Seul, entrevistou 683 desertores norte-coreanos desde 2015 para ajudar a mapear lugares no Norte onde pessoas foram mortas e enterradas em execuções públicas sancionadas pelo Estado. Em seu último relatório, o grupo disse que documentou 23 dessas execuções sob o governo de Kim. Sete delas estariam ligadas ao consumo de K-pop, segundo o grupo.
Desde que assumiu o poder há uma década, Kim tem atacado o entretenimento sul-coreano — músicas, filmes e dramas de TV — que, segundo ele, corrompe as mentes dos norte-coreanos. Segundo uma lei aprovada em dezembro passado, aqueles que distribuem entretenimento sul-coreano podem enfrentar a pena de morte. Uma tática de repressão de Kim tem sido criar uma atmosfera de terror executando publicamente pessoas consideradas culpadas de assistir ou fazer circular o conteúdo banido.
A famosa série “Round 6”, produzida pela Coreia do Sul, também é proibida pelo regime norte-coreano. Tentativas de contrabando de episódios da série são frequentes.
As execuções teriam ocorrido, de acordo com o Transitional Justice Working Group, em Hyesan, uma cidade norte-coreana que é um entreposto comercial na fronteira com a China.
“As famílias dos executados muitas vezes eram forçadas a assistir à execução”, disse o relatório do grupo, conforme noticiou o site “DNYUZ”.