sábado, 23 de novembro de 2024
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Copa: Mulher que invadiu campo é condenada a 15 dias de prisão

Um tribunal de Moscou condenou nesta segunda-feira, 16, a 15 dias de prisão uma das quatro pessoas que interromperam brevemente a final da Copa do Mundo entre França e Croácia,…

Um tribunal de Moscou condenou nesta segunda-feira, 16, a 15 dias de prisão uma das quatro pessoas que interromperam brevemente a final da Copa do Mundo entre França e Croácia, no domingo, 15, em Moscou, ao invadirem o campo vestindo uniformes falsos de policiais.

O juiz também proibiu a invasora, Veronika Nikulshina, de comparecer a eventos esportivos por três anos.

As outras três pessoas que invadiram o campo durante a final do Mundial serão sentenciadas ainda nesta segunda-feira.

Protesto

No segundo tempo da final entre França e Croácia, o grupo conseguiu driblar a segurança e invadir o campo para se manifestar contra a repressão do Kremlin. Mbappe, estrela da Copa, chegou a saudar uma das integrantes do grupo, antes que elas fossem arrastados para fora. As imagens das garotas vestidas com uniformes policiais foram cortadas pela transmissão oficial da Copa. E o assunto não foi comentado pelas agências de notícia de Moscou.

Em um vídeo divulgado nas redes sociais, elas explicaram a ação. “Tendo em vista que o estado de direito não existe na Rússia e que qualquer policial pode entrar em nossas vidas, a Copa do Mundo mostrou que os policiais sabem se comportar bem”, ironizaram as mulheres, em referência ao tratamento que as forças de segurança prestaram aos turistas. “Mas o que vai ocorrer quando a Copa acabar?”, questionaram. “Só há uma solução: lutar contra a fabricação de falsas acusações e de prisões arbitrárias”, insistiram.

No vídeo, em que aparecem vestidas de policiais, elas pedem uma competição política e que “qualquer pessoa possa participar da vida política de seu país, e de ser eleito”. “São coisas muito simples”, afirmam.

Um vídeo vazado de um princípio de um interrogatório das garotas depois de detidas também causou polêmica. As autoridades lamentaram não estarem nos anos do Stalinismo, quando a repressão foi ampla e generalizada contra qualquer um que questionasse o sistema.

Em cenas na delegacia que circularam pelas redes sociais, os policiais mantém o que aparenta ser os primeiros momentos de um interrogatório. “Você é uma canalha, qual seu nome?”, questiona um policial. “Por que decidiram fazer merda na Rússia?”, disse. “Não. Não estamos contra a Rússia”, respondeu uma das meninas detidas.

O policial voltou a cobrar uma explicação. “Saibam que, por esse motivo, a Rússia vai pagar multas contratuais à Fifa?”, disse. “Vocês fizeram mal à Rússia”, declarou o policial.

O grupo, porém, deixou claro que não concordava com a avaliação das autoridades. “Não fizemos mal para a Rússia”, contra-atacaram. O interrogatório continuou: “Vocês são normais?”, perguntou um dos agentes. “Sim, somos”, responderam. A polícia quis saber onde o grupo havia alugado os uniformes de agentes de segurança que usaram para invadir o campo. “Alugamos” responderam.

Os policiais, porém, lamentaram não estar mais em 1937, ano marcante do Grande Expurgo, uma importante ação de repressão de Joseph Stalin, para poder punir o grupo. “Infelizmente, hoje em dia, não estamos em 1937, infelizmente”, insistiu.

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