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As exportações das cooperativas paulistas tiveram uma variação positiva de 42,5% nos oito primeiros meses de 2006, em comparação com o mesmo período de 2005, segundo os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. As exportações das cooperativas renderam para o Estado US$ 695 milhões, puxadas principalmente pela cadeia sucroalcooleira.
Os números positivos das cooperativas aparecem nas exportações do agronegócio paulista, que aumentaram 17,4% nos primeiros oito meses de 2006, em relação ao mesmo período do ano passado, segundo estudo do Instituto de Economia Agrícola (IEA), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Os embarques somaram US$ 9,10 bilhões e as importações, US$ 2,73 bilhões (acréscimo de 14,7%). O saldo de US$ 6,37 bilhões representa crescimento de 18,6% sobre o mesmo período de 2005. Para o presidente da Ocesp (Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo), Edivaldo Del Grande, “os números positivos da balança comercial demonstram que os produtores estão respondendo a compromissos firmados no ano passado, mas não se pode ignorar que a renda do produtor está caindo”.
Para Del Grande, “a situação do campo é muito grave e infelizmente o governo ainda não tomou providências para resolver os enormes problemas que envolvem o produtor rural”. A projeção da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), anunciada nesta quinta-feira, 21/9, de que o PIB do agronegócio deve recuar 1,88% em 2006, é um indicador de que a situação do campo tende a se agravar em 2007, como conseqüência da diminuição da produtividade, já que o agricultor está em sua maioria endividado e sem condições para investir. Para Del Grande, a valorização desproporcional do real frente ao dólar e as perdas em função dos eventos climáticos complicaram ainda mais o quadro, pois em algumas culturas a comercialização sequer cobre o custo de produção.
O presidente da Ocesp se diz pessimista em relação às tendências para o setor e afirma que, em algumas culturas, principalmente grãos, “de exportadores podemos virar importadores. Em São Paulo, a valorização da cana no mercado externo motiva produtores rurais a arrendarem suas propriedades para a produção de cana em detrimento do milho, soja e outras culturas”, alerta.