Vôo Gol 1907
Nesta terça-feira, a Polícia Federal vai colher os depoimentos dos controladores de vôo responsáveis pela segurança do tráfego aéreo na rota em que ocorreu a colisão entre o Boeing da Gol e o jatinho Legacy. O controlador de vôo fiscaliza o céu por meio de imagens de radar das aeronaves na tela de um computador. Quando é detectado algum problema, o controlador se comunica com o piloto na tentativa de solucionar o impasse. O acidente que derrubou o Boeing da Gol com 154 passageiros pode ter sido causado por um erro de comunicação entre o centro de controle e o jatinho. O presidente do Sindicato Nacional dos Controladores de Tráfego Aéreo, Jorge Botelho, conta que os trabalhadores da categoria passam, em média, oito horas diárias em frente a uma tela de computador e cuidam de, no mínimo, cinco aeronaves ao mesmo tempo. A questão do estresse, a pressão que ele sofre ali de não poder falhar, a questão também dos turnos de trabalho, que isso influencia muito o ritmo biológico da pessoa. (…) A variação da pressão arterial que eles mediram ali na hora que a pessoa está submetida ao stress, informou.
Botelho reclama ainda do tratamento dispensado aos controladores. A maioria deles é militar da Aeronáutica e, de acordo com o presidente do sindicato, recebe salários inferiores comparados aos demais servidores públicos. Outra reivindicação da categoria é um plano de saúde. Apesar do estresse ao qual são submetidos, os controladores não contam com um atendimento médico específico. Minutos antes da colisão com o vôo 1907 da Gol, os profissionais do Cindacta 1, um dos quatro centros de controle brasileiros, localizado em Brasília, tentaram cinco vezes entrar em contato com o jato Legacy, sem obter sucesso. A aeronave que transportava sete pessoas estava com o aparelho transmissor da localização inoperante. A PF também pretende esclarecer, a partir dos depoimentos dos controladores, a causa da falha na comunicação.
