Os sargentos controladores de vôo, que estavam de folga e foram obrigados a comparecer à formatura militar no Cindacta 1 (Centro de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo), em Brasília, decidiram permanecer nas instalações militares e iniciar uma greve de fome. Mais de 100 controladores estão concentrados no Cindacta-1, sem previsão para deixar o local. Os que deixaram o trabalho na manhã de hoje se juntaram aos sargentos em greve.
O movimento é contra as retaliações que estão sendo adotadas pela Força Aérea Brasileira (FAB) contra os controladores, que estão sendo transferidos aleatoriamente, perseguidos e punidos, segundo os grevistas. Ao mesmo tempo, o ministro da Defesa, Waldir Pires, se reúne com a cúpula do setor aéreo para discutir a crise nos aeroportos.
Ao contrário do que afirmou hoje o presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), brigadeiro José Carlos Pereira, os controladores de vôo em Brasília admitem que já foi deflagrada a operação-padrão, em Curitiba (PR) e Manaus (AM). Segundo eles, a operação vai se estender ainda hoje em todo o País. Existe a ameaça de parar, inclusive, ao meio-dia.
Eles querem a desmilitarização do setor e as mobilizações são uma resposta às represálias da Aeronáutica, que está transferindo os sargentos controladores de suas sedes para outras cidades, aleatoriamente. Os controladores estão insatisfeitos, também, com o fato de não terem sido resolvidos problemas básicos de equipamentos que, segundo eles, continuam apresentando problemas nos centros de controle e a com a falta de uma resposta do governo às propostas apresentadas por um grupo de trabalho, que propõe a saída da Aeronáutica do comando do tráfego aéreo.
Segundo os controladores o movimento poderá incluir ainda a greve de fome. Hoje pela manhã, ao chegar para a reunião com a cúpula do setor aéreo, no Ministério da Defesa, o presidente da Infraero descartou que a retenção de vôos em Manaus e Curitiba, hoje, tenha sido provocada pela paralisação dos controladores.