quarta-feira, 23 de outubro de 2024
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Contabilista é acusado de transferir pontos da CNH

Infrator passava diversos pontos da CNH dos condutores para o nome de duas pessoas, uma delas morta, de maneira ilegal O proprietário de um escritório de contabilidade J. P. A.,…

Infrator passava diversos pontos da CNH dos condutores para o nome de duas pessoas, uma delas morta, de maneira ilegal

O proprietário de um escritório de contabilidade J. P. A., de 51 anos, é acusado de falsidade ideológica e de uso de documentos falsos e é alvo de investigação pelo 1° Distrito Policial de Catanduva e pela Delegacia de Polícia de Pindorama há oito meses. O indivíduo transferia os pontos da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) de condutores da região para o nome de duas pessoas, uma delas já falecida, de maneira totalmente irregular.

A prática criminosa vinha sendo realizada desde 2003 entre o acusado e M.G.F, de 35 anos, que ‘cedia’ seu nome para os pontos transferidos.

A polícia só conseguiu chegar aos infratores depois da denúncia de um motorista de caminhão de Pirangi. “O motorista foi conferir no órgão de trânsito responsável se os pontos de sua carteira haviam sido excluídos. O sistema apontou que esses pontos foram transferidos para o nome de M.”, apontou o delegado titular do 1o Distrito Policial, Luís Roberto Rissi.

O mesmo sistema, nesse dia, apontou que o nome de M. armazenava mais de 2600 pontos de carteira de aproximadamente 400 veículos diferentes.

“As multas eram aplicadas somente em rodovias, nunca dentro da cidade”.

Em 2003 M., conhecido nos meios policiais por crimes de estelionato, recebia dinheiro das pessoas que eram autuadas no trânsito para que os pontos fossem distribuídos em sua CNH. A segunda etapa desse criminoso era recolher a assinatura das vítimas com a finalidade de entrar com recursos de multas e levá-las para o escritório de contabilidade, coordenado por J.P.A.

“Os pedidos de recurso eram recolhidos e protocolados no Detran de São Paulo, portanto não ficavam na Ciretran de Catanduva. Como o número de pedidos arrecadados pelo estado inteiro nesse departamento de São Paulo é grande, ficava difícil descobrir as ações dos infratores”.

Assinaturas falsas
J.P.A, em depoimento no 1º DP, confessou ter falsificado assinaturas do comparsa, M.F., e de algumas vítimas.

O infrator recebia pessoas em seu escritório e pedia para que elas assinassem termos de ‘recurso de multa’ e de alteração de pontos. Logo depois, iniciava as transações irregulares.

Falecido
O responsável pela empresa, localizada na rua Rio Branco, Centro, também distribuía os pontos na carteira de habilitação de S.D, um morador de Pindorama falecido em 2002.

Os agentes policiais da Delegacia de Pindorama conseguiram descobrir a prática criminosa porque o nome do falecido aparecia no sistema de dados com multas em horários e dias iguais, mas em rodovias diferentes.

Corregedoria
O delegado Rissi, titular do 1o DP, apontou que vai acionar a Corregedoria do Detran/SP para ajudar na investigação do caso, que ainda não foi esclarecido. “Temos de investigar as vítimas, se elas tinham ou não conhecimento dessas irregularidades. Os pontos deveriam voltar às carteiras de habilitação das pessoas. Existem veículos com até 25 pontos acumulados em menos de três meses”.

Os dois homens envolvidos nas irregularidades devem ser convocados para novos esclarecimentos.

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