sábado, 23 de novembro de 2024
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Consumidores estão mais cautelosos e pensam em mudança de hábitos

Vigilância Sanitária Até o fim desta semana, a Vigilância Sanitária Municipal vai recolher amostras de carne e embutidos em supermercados do Rio de Janeiro para análise química em laboratório. A…

Vigilância Sanitária

Até o fim desta semana, a Vigilância Sanitária Municipal vai recolher amostras de carne e embutidos em supermercados do Rio de Janeiro para análise química em laboratório. A operação começou sábado (18), em supermercados de Copacabana e Botafogo, na zona sul. Domingo (19) a inspeção foi na Ilha do Governador, na zona norte, e hoje (20) os fiscais passaram pela Barra da Tijuca e pelo Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste.

Segundo a gerente técnica de Alimentação da Vigilância Sanitária, Aline Borges, o objetivo é analisar produtos das marcas envolvidas nas denúncias. “As marcas em que estamos focando são as envolvidas na Operação Carne Fraca, que são as produzidas pelos frigoríficos JBS e BRF, que são a Friboi, Perdigão, Sadia, Seara.”

Os primeiros laudos devem ficar prontos em sete dias. “Vamos fazer a análise da microbiologia, para verificar se há algum micro-organismo que seja patogênico, como foi informado, salmonela, entre outros. Também vamos fazer a análise físico-química para saber se tem focos de outros produtos e análise de rotulagem.”

O material coletado está sendo encaminhado para o Laboratório Municipal de Saúde Pública, que vai verificar a contaminação por micro-organismos, a composição do produto, detectar corpos estranhos no alimento, há indícios de fraude, análise de cor, textura e odor. Os produtos com amostras insatisfatórias terão os lotes retirados de circulação.

Aline destaca que o consumidor deve ficar atento às condições de armazenamento nos locais de compra. “São as condições para qualquer produto perecível: verificar a questão da procedência, a temperatura de armazenamento, higiene do local, do equipamento, se a embalagem está íntegra, a data de validade. Se tiver algum problema com o produto ou o estabelecimento, entrar em contato pelo 1746 para fazer a reclamação, e a gente vai ao estabelecimento verificar.”

Na ação de hoje, foram encontrados 380 quilos de produto que estavam em temperatura inadequada. “Foram carnes, embutidos, salsicha, mortadela que nós inutilizamos. O problema era de manutenção do equipamento, estava com temperatura inadequada, e uma parte já apresentava mau cheiro e coloração alterada.”

Churrascarias paulistas

Em São Paulo, as churrascarias da zona oeste da cidade ainda não sentiram os efeitos das investigações da Polícia Federal.

De acordo com Cristiano Zuck, gerente de uma das churrascarias, o movimento foi normal no fim de semana. “Ainda não sentimos nenhum reflexo [da operação], a clientela foi a mesma no sábado e no domingo.”

Para ele, as churrascarias não vão sofrer os reflexos da operação. “Para nós, acredito que não vai ter mudança, mas no mercado internacional, sim”, lamentou. Zuck disse que o estabelecimento mantém um padrão de controle de qualidade. “Temos um pessoal que, quando chega a mercadoria, já seleciona para ver se está de acordo com o nosso padrão, e os nossos critérios continuam os mesmos.”

Cliente da churrascaria, o médico Rogério Ruiz disse que não vai diminuir o consumo de carne. “Talvez use mais critério na hora da compra da carne no varejo. Nas churrascarias tradicionais, imagino que eles devam ter um controle de qualidade, então acho que não há problemas.”

Já o taxista Osmar Rocha disse que vai diminuir o consumo de carne. “Vou diminuir o consumo por precaução, mas depois que eu vir que está tudo certo [com a fiscalização] volto a comprar mais porque gosto muito de carne.”

Nas outras churrascarias visitadas, gerentes e clientes preferiram não conversar com a reportagem, mas os funcionários destacaram que o movimento continua o mesmo. Para os funcionários, a crise econômica diminuiu o hábito de frequentar churrascarias antes mesmo da deflagração da operação da Polícia Federal.

*Colaboraram Lígia Souto, Repórter do Radiojornalismo e Ludmilla Souza, Repórter da Agência Brasil em São Paulo

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