sexta-feira, 20 de setembro de 2024
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Consultor da CEV já foi reprovado em concurso da Empro

O principal consultor de informática contratado pela CEV (Comissão Especial de Vereadores) para fazer levantamento no sistema contratado pela Empro (Empresa Municipal de Processamento de Dados), apontada por suposto superfaturamento,…

O principal consultor de informática contratado pela CEV (Comissão Especial de Vereadores) para fazer levantamento no sistema contratado pela Empro (Empresa Municipal de Processamento de Dados), apontada por suposto superfaturamento, Marcos Raymundo, não foi aprovado em concurso público aberto este ano pela empresa, onde ocuparia cargo de assistente técnico administrativo. Ele errou 54% das cinqüenta questões da prova. Sua nota foi de 28,75.

Marcos Raymundo junto com outros dois consultores assina o laudo que serviu de base para que a CEV anunciasse a existência de “indícios” de superfaturamento praticado na compra de serviços, com fornecimento de equipamentos para o Datacenter (banco de dados) da Empro. Segundo o laudo juntado ao relatório da Comissão, os equipamentos comprados por R$ 4,2 milhões poderiam ter sido adquiridos por cerca de R$ 860 mil.

A sustentação da CEV sobre os “indícios” de superfaturamento é um orçamento pedido pelos consultores á empresa Taleron Sistemas Ltda, de Campinas. Marcos Raymundo, em princípio informou que havia pedido o orçamento em próprio nome ou de um outro consultor, conhecido apenas como “Neto”. Na verdade, o orçamento que serviu para o apontamento de superfaturamento foi pedido em nome do Colégio Seta, onde trabalha Neto.

Em carta enviada à Empro no último dia 9, no entanto, a Taleron Sistemas revela que o orçamento constante do relatório da CEV teria sido fraudado, já que suas especificações não combinavam com o original. Segundo a empresa, ao pedir o orçamento, os consultores teriam omitido o fato de trabalharem para uma Comissão Especial de Vereadores, além de omitir o teor do edital de licitação com as especificações técnicas dos equipamentos e serviços contratados pela Empro.

O prefeito Edinho Araújo (PPS) chegou a afirmar que “houve clara má fé para embasar falsas acusações de superfaturamento”. Na opinião do prefeito, teria havido parcialidade nas apurações. O consultor Marcos Raymundo foi procurado mais uma vez, ontem, mas se negou a falar sobre o assunto.

Seta desmente
A direção do Colégio Seta emitiu nota oficial, negando que tenha solicitado qualquer orçamento à Taleron Sistemas. Na nota, a empresa afirma: “não foi realizado por parte da empresa pedido algum de orçamento à empresa Taleron Sistemas, sediada em Campinas”.

Em outro trecho, o Seta reafirma sua posição: “Sendo assim, reafirmamos que a proposta comercial divulgada pela empresa Taleron de configurações de equipamentos e softwares para compor uma suposta solução de servidores para a rede corporativa da Seta, não foi realizada por nenhum departamento de nossa empresa”.

O consultor Marcos Raymundo foi questionado sobre a nota divulgada pelo Colégio Seta e apenas disse que desconhecia o teor da nota e que não vai falar sobre o assunto.

Comissão
O presidente da Câmara Eduardo Piacenti (PPS) nomeou uma comissão para apurar se os consultores contratados pela CEV/Empro usaram documentos adulterados no laudo juntado ao relatório oficial da Comissão de Vereadores.

A diretora geral da Câmara Mayra Guiducci e o assessor jurídico, o advogado Fernando Fukassawa terão duas semanas para concluir a investigação. Piacenti disse que a comissão “terá total liberdade de ação. Inclusive, se acharem que devem tomar depoimentos, isso vai ocorrer”. Ele não descarta a possibilidade de exigir o ressarcimento de R$ 8 mil, pagos aos consultores.

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