A pizza foi inevitável. Pelo menos no Conselho de Ética do Senado, os parlamentares acusados de envolvimento com a máfia das ambulâncias escaparam da perda de mandato. Até mesmo dois relatores dos processos por quebra de decoro parlamentar inocentaram Magno Malta, do PL do Espírito Santo, e Serys Slhessarenko, do PT do Mato Grosso. Os parlamentares preferiram não votar o relatório do senador Jefferson Peres, do PDT do Amazonas. O texto recomendava a cassação do senador Ney Suassuna, do PMDB da Paraíba. Porém, por 12 votos contra dois, o conselho aprovou o pedido de censura verbal contra o paraibano. Suassuna se disse injustiçado.
Eu não gostei. Não gostei porque as críticas e as demonstrações mostradas foram ao sistema e não a mim, que cumpri todas as normas, tudo que tinha que ser feito. Eu não merecia e o próprio relator disse que não merecia. Disse que merecia o sistema.
O relatório de Jefferson Peres apontou o envolvimento ético de Suassuna com a compra superfaturada de ambulâncias, em virtude de um ex-funcionário do senador ter assinado em seu nome um pedido de liberação de recursos. Já o relator do processo contra a petista Serys Slhessarenko, senador Paulo Octávio, do PFL do Distrito Federal, afirmou não ter encontrado provas contra a senadora.
O que nós queremos no Conselho de Ética é fazer justiça. Em relação ao caso da senadora Serys, que eu fui o relator, nós constatamos que não houve nenhum prejuízo aos recursos públicos.
A mesma conclusão foi apontada pelo senador Demóstenes Torres, que analisou o envolvimento de Magno Malta com a fraude. Com os processos arquivados, Serys Slhessarenko e Malta permanecem com o mandato inalterado até 2010. Ney Suassuna saiu derrotado da disputa pela reeleição e, portanto, fica no Senado até o término desta legislatura, em fevereiro.