O Conselho Nacional do Ministério Público, em Brasília, afastou ontem o promotor Thales Ferri Schoedl do cargo. Ele confessou ter matado a tiros o ex-jogador de basquete do América Diego Mendes Modanez, em 2004.
Apesar de ficar impedido de atuar, Thales vai receber R$ 10,5 mil por mês, segundo o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Rodrigo Pinho.
“Não é uma decisão definitiva. Temos de esperar julgamento do mérito”, afirmou. Ele é a favor da expulsão de Thales. O promotor ainda pode recorrer.
O advogado da família de Diego, Pedro Lazarini, acreditava que o salário seria suspenso. Ele vai recorrer para evitar o pagamento e defende que o promotor enfrente júri popular.
“Vou comunicar imediatamente o Tribunal de Justiça neste sentido. Ele não tem condições de assumir cargo de promotor”, afirmou.
A decisão do Conselho é liminar (provisória) e altera julgamento de quarta-feira do Órgão Especial do MP. Por 16 votos a 15, o órgão manteve o promotor no cargo. Um dia depois, ele foi designado ocupar vaga em Jales, onde a família de Diego morou por dois anos, na década de 90.
Após pressão de moradores da cidade e críticas até do governador José Serra, que se disse “consternado” com a decisão, o MP deu férias de 30 dias para Thales.
A mãe do jogador, Sônia Mendes Modanez, disse que se sentiu “um pouco melhor” com a decisão de ontem, mas fez críticas. “Ele não tem condição de ficar no cargo e quem paga o salário sou eu, você, todos nós. Ele é réu confesso”, afirmou. Sônia foi a Jales, que preparou ato de repúdio contra a possível transferência.