Contratado pelo Santos para defender o clube no ‘caso Carlos Sánchez’, o advogado Mário Bittencourt confirmou que a Conmebol vai realizar o julgamento na próxima segunda-feira, em Luque, no Paraguai. Em entrevista à Rádio Bandeirantes, Bittencourt explicou como a defesa está sendo elaborada e garantiu que o Peixe não teve negligência.
“A gente vem fundamentando a nossa defesa no argumento claro e transparente que o Santos não teve qualquer responsabilidade sobre uma escalação irregular do Sánchez. O atleta saiu do River Plate em 2015 para o Monterrey e o documento enviado dizia que o atleta não carregava nenhuma punição. Depois, o Monterrey transfere o atleta para o Santos e o novamente não aparece punição”, destacou Bittencourt, que ficou famoso por livrar o Fluminense do rebaixamento em 2013 no ‘caso Héverton’.
“O delegado da partida também consulta o Comet (sistema da Conmebol de registro de jogadores). E quando esteve no vestiário, ele autorizou a entrada do time com o Carlos Sánchez dizendo que ele tinha condições de jogo. Não teve negligência do Santos em momento nenhum”, completou.
Um fato que pode ajudar o Peixe no tribunal é o caso vivido pelo River Plate com o volante Bruno Zuculini. O jogador atuou de forma irregular em todas as sete partidas do clube argentino nesta Libertadores, graças a uma punição sofrida ainda em 2013, quando atuava pelo Racing, da qual sobravam dois jogos restantes a serem cumpridos no torneio deste ano.
Sem saber a situação de seu jogador, o River consultou a Conmebol e ouviu que Zuculini estava apto a jogar. A entidade alegou “erro administrativo”, liberou o clube argentino de qualquer punição e ordenou que o atleta cumpra as partidas restantes na sequência do torneio. E é exatamente este tratamento que o Santos espera da confederação em seu caso.
Entenda o caso
Momentos depois do empate por 0 a 0 entre Santos e Independiente na última terça-feira, pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana, surgiu a especulação de que Sánchez teria sido escalado de forma irregular. Isso porque o jogador havia sido expulso em sua última partida em um torneio sul-americano de clubes (semifinal da Copa Sul-Americana), ainda pelo River Plate, em 2015, e teria jogos de suspensão a cumprir, mesmo após a anistia promovida pela Conmebol em 2016, quando reduziu pela metade a pena em vigor aos jogadores em competições continentais.
A suspeita é de que Sánchez havia sido punido com três jogos de suspensão, o que o impossibilitaria de encarar o Independiente. O Santos, por sua vez, garante que o sistema eletrônico da Conmebol classificava o uruguaio como apto a entrar em campo na terça. Ainda assim, a entidade abriu processo disciplinar para investigar o caso.