Santos e Independiente jogam nesta terça-feira, às 19h30, no estádio do Pacaembu, pela volta das oitavas de final da Libertadores, e ainda não sabem o placar do jogo de ida. Tudo porque a Conmebol ainda não definiu o resultado do julgamento do volante Carlos Sánchez, do time paulista.
A audiência para decidir se o jogador foi ou não escalado irregularmente na primeira partida, em Avellaneda, começou às 15 horas desta segunda-feira e terminou por volta das 18h30. Na sequência, os juízes da entidade se reuniram para tomar a decisão que não saiu e nem tem data para sair. Pode ser que saia nesta terça, mas também pode acontecer de os clubes entrarem em campo ainda sem saberem do resultado do jogo de ida, que no gramado terminou empatado por 0 a 0, na Argentina.
E mesmo após a sentença, o Santos pode acionar o Tribunal de Apelações, que atua como segunda instância na entidade sul-americana. Em caso de punição, a tendência é a de que a Conmebol imponha o placar de 3 a 0 para o Independiente. Isso forçaria o Santos a conquistar um triunfo por quatro gols de diferença.
O clube brasileiro teve como responsáveis pela defesa nesta segunda-feira: Rodrigo Gama, gerente jurídico do clube, o advogado Marcelo Mendes e Mário Bittencourt, ex-advogado do Fluminense, que ganhou notoriedade por conta de sua atuação no caso envolvendo o clube tricolor e a Portuguesa no Campeonato Brasileiro de 2013.
O Santos teve a oportunidade de reforçar seus argumentos antes da decisão final. A Conmebol abriu ação disciplinar para investigar o caso porque Sánchez foi expulso em sua última partida em um torneio sul-americano quando ainda jogava pelo River Plate, em 2015. O meio-campista teria jogos de suspensão a cumprir, mesmo após a anistia promovida pela Conmebol em 2016, quando reduziu pela metade a pena em vigor de jogadores em competições continentais.
A suspeita era de que Sánchez havia sido punido com três jogos de suspensão, o que o impossibilitaria de encarar o Independiente. O Santos, por sua vez, garante que o sistema eletrônico da Conmebol classificava o uruguaio como apto a entrar em campo na terça-feira da semana passada.
O clube brasileiro tentou até pedir para que o jogador cumprisse o restante da suspensão no confronto de volta diante do Independiente, pelas oitavas de final da Libertadores. Como defesa, citou um caso envolvendo o River Plate.
O volante Bruno Zuculini atuou de forma irregular em todas as sete partidas do clube argentino nesta Libertadores, graças a uma punição sofrida ainda em 2013, quando atuava pelo Racing, da qual sobravam dois jogos restantes a serem cumpridos no torneio deste ano.
Sem ter conhecimento da situação de seu jogador, o River consultou a Conmebol e ouviu que Zuculini estava apto a jogar. A entidade alegou “erro administrativo”, liberou o clube argentino de qualquer punição e ordenou que o atleta cumpra as partidas restantes na sequência do torneio. E é exatamente este tratamento que o Santos espera da confederação em seu caso.
Além desse argumento, o Santos defende que escalou Sánchez de forma regular. O clube alega que o sistema eletrônico da Conmebol, bem como as informações passadas pela Fifa e pelo Monterrey, time anterior do volante, davam conta de que o jogador poderia estar em campo.