segunda, 16 de junho de 2025
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Conheça a bactéria carnívora que ataca a região genital e preocupa ginecologistas

Médicos do Shrewsbury and Telford Hospital, na Inglaterra, relataram três casos recentes de fasciíte necrosante na região genital de mulheres, doença causada por bactérias que destroem rapidamente a pele e…

Médicos do Shrewsbury and Telford Hospital, na Inglaterra, relataram três casos recentes de fasciíte necrosante na região genital de mulheres, doença causada por bactérias que destroem rapidamente a pele e os músculos. A pesquisa, publicada em 8 de abril no periódico BMJ Case Reports, alerta para o aumento desses casos no hospital, fenômeno que também tem sido observado em outros lugares.

Segundo o estudo, o hospital registrou 20 diagnósticos entre 2022 e 2024, superando os 18 casos somados nos dez anos anteriores. A fasciíte necrosante, quando afeta a região genital, é conhecida como Gangrena de Fournier. Trata-se de uma infecção agressiva que pode levar à morte em até 48 horas se não for tratada rapidamente.

Duas das pacientes chegaram ao hospital com queixas de dor e lesões na vulva, enquanto a terceira desenvolveu a doença após uma cirurgia para remoção de miomas. No primeiro caso, a infecção se espalhou rapidamente pelo abdome e, apesar da cirurgia e cuidados intensivos, a paciente não resistiu. As outras duas mulheres sobreviveram após procedimentos cirúrgicos e uso de antibióticos.

A fasciíte necrosante pode ser causada por bactérias como Escherichia coli, Klebsiella, Staphylococcus e Streptococcus do grupo A. Elas infiltram o tecido ao redor dos músculos e vasos sanguíneos, liberando toxinas que destroem o tecido rapidamente. A circulação prejudicada dificulta a ação dos antibióticos, tornando o tratamento um desafio.

“É uma infecção extremamente agressiva que pode avançar para uma situação com risco de morte em 24 a 48 horas”, explica Bill Sullivan, professor de microbiologia da Universidade de Indiana, em entrevista ao Live Science. Ele destaca a velocidade da destruição causada pelas toxinas bacterianas.

O Hospital Israelita Albert Einstein aponta que a doença atinge com maior facilidade pessoas com imunidade baixa, como diabéticos, pacientes com câncer, alcoolistas e pessoas com desnutrição grave. O diagnóstico pode ser difícil, já que os sintomas iniciais podem ser confundidos com outras infecções e o paciente pode sentir vergonha de procurar ajuda médica.

Os sinais de alerta incluem vermelhidão, dor intensa, inchaço na região genital, febre, lesões que mudam de cor até ficarem pretas, além de sintomas como taquicardia e pressão baixa. O tempo é um fator decisivo para evitar complicações graves.

O estudo reforça a necessidade de atenção imediata ao menor sinal de infecção genital, pois o avanço rápido da fasciíte necrosante pode ser fatal. A prevenção passa por cuidados básicos, higiene adequada e busca rápida por atendimento médico diante dos sintomas.

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