sábado, 21 de setembro de 2024
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Congresso evangélico apaga vídeo com fala homofóbica

O canal do YouTube do Congresso Geral da União de Mocidades das Assembleias de Deus de Brasília (UMADEB) apagou o vídeo em que o pastor David Eldridge, dos Estados Unidos,…

O canal do YouTube do Congresso Geral da União de Mocidades das Assembleias de Deus de Brasília (UMADEB) apagou o vídeo em que o pastor David Eldridge, dos Estados Unidos, afirmou que homossexuais têm “reserva no inferno”. A ação atende a uma determinação do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT), do dia 2 de junho, que estabeleceu multa de R$ 50 mil por dia caso a publicação não fosse removida.

A fala homofóbica ocorreu durante um evento da igreja, no dia 19 de fevereiro, no Parque da Cidade, em Brasília. Durante o encontro – que teve apoio do governo do Distrito Federal – o pastor disse aos fiéis que todo homossexual, bissexual e transgênero “tem uma reserva no inferno”.

O vídeo da pregação foi divulgado no canal do YouTube do UMADEB, mas o trecho já havia sido cortado três dias depois. O g1 tenta contato com a Assembleia de Deus.

A ação que agora provocou a retirada da íntegra do vídeo da internet foi movida pela Aliança Nacional LGBTI, pela Associação Brasileira De Famílias Homotransafetivas (Abrafh) e pelo deputado distrital Fábio Felix (Psol). Os autores pediram a condenação da igreja por danos morais coletivos, além da remoção dos conteúdos publicados.

Para a juíza Lívia Lourenço Gonçalves, que analisou o caso, apesar da Constituição Federal garantir a liberdade de expressão e manifestação religiosa, “!é inequívoco que o exercício do direito deve ser ponderado com outros direitos de semelhante relevância, tais como os relacionados à igualdade e à atributos da personalidade dos indivíduos”.

“A divulgação de vídeos do evento contendo o suposto discurso de ódio contra comunidade específica, baseadas em supostas interpretações religiosas que em grande parte também não refletem o espírito cristão, podem em tese fomentar atitudes discriminatórias e de violência por parte dos fiéis contra pessoas integrantes da comunidade LGBT+, o que não se admite”, disse a magistrada.

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