quinta-feira, 19 de setembro de 2024
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Congresso e capachos

Capacho é aquele tipo de tapete espinhoso que se vê próximo à porta de entrada de empresas, igrejas, órgãos públicos e, certamente, até em bordéis e na zona do meretrício….

Capacho é aquele tipo de tapete espinhoso que se vê próximo à porta de entrada de empresas, igrejas, órgãos públicos e, certamente, até em bordéis e na zona do meretrício. É aquele objeto que todos pisam, limpam os pés e que poucos dão atenção. Serve basicamente só pra isso: para quem entra e sai pisar em cima, sem dar muita bola. Entendeu, né?

Mostrando a cara

O STF não está perdendo as chances de mostrar quem realmente são os ministros que compõem a suprema justiça, atualmente. A cada julgamento de acusados da arruaça do dia 8 de janeiro – fruto de armação, evidentemente – os iluministros deixam claro que vão demonstrar força custe o que custar. As condenações acima de 14 anos de prisão, em processos avessos ao “devido processo legal”, deixam músculos jurídicos à mostra.

MMA no STF

Que Alexandre de Moraes lidera o STF desde 2018, quando os demais iluministros permitiram seu crescimento e imposições, não há nenhuma novidade. Mas, que ele teria coragem de peitar oralmente outro ministro – no caso, André Mendonça – ninguém esperava. O bate-boca desta quinta-feira pode ter estreado um novo método de impor a vontade do xerife: na marra e em público, subjugando ainda mais a subserviência dos outros togados. Na próxima sessão pode sair porrada?

Enquanto isso…

André do Rap é inocente. Anelise Matsunaga tem pena reduzida. Suzane Von Richthofen está livre. Lula é a alma mais honesta deste país. Sérgio Cabral é um santo. A quadrilha do petrolão e os marginais do mensalão são probos homens públicos.

Roteiro de novela

Foi assustador assistir novos depoimentos muito bem encaixadinhos na CPMI do 8 de Janeiro, no Senado, nesta semana. Perguntas e respostas que mais pareciam com textos de uma novela das antigas ou um bbb em que o ganhador é sempre um sujeito esquisito ou uma gatinha, um gordinha, um doido… A denúncia do senador Jorge Seif (PL-SC) de que houve reunião da senadora Eliziane Gama (PSD-MA) com o general G. Dias, na véspera do depoimento dele, na semana passada, é prova clara do que essa CPMI vai virar.

Posição revelada

A esquerda da gritaria e do mimimi, da vitimização, não suporta o confronto de ideias. Esta é a opinião do senador Cleitinho, do PL do Espírito Santo. Caracteristicamente, e com um tom de voz que irrita esquerdistas até mesmo quando reza, Cleitinho expôs a hipocrisia da comissão da CPMI ao repetir, durante a sessão de quarta-feira, que é absurdo Eliziane Gama ser relatora da comissão sendo que ela não assinou o requerimento de criação da CPMI, em abril.

Como é isso?

Ainda não se sabe e dificilmente um dia saberemos como a revista Veja e outros veículos do consórcio de mídia têm acesso a depoimentos, delações premiadas e inquéritos da Polícia Federal quando nem mesmo advogados e réus conseguem ver documentos produzidos pela nova polícia política dop Brasil. É o que se vê agora na publicação de trechos da delação de Mauro Cid, ex-comandante de ordens de Jair Bolsonaro, sobre o caos das joias. A revista viu a delação, mas advogados de Bolsonaro e Michelle tiveram o acesso aos documentos negado pelo STF.

Eles têm acesso

A revista publica que Cid confessou ter entregue ao menos US$ 68 mil a Bolsonaro após vender relógios e jóias, quando o ex-presidente ainda estava nos Estados Unidos. Diz ainda, em seu site, que o militar teria oferecido ao STF dados de mais duas investigações – a do cartão de vacinas e a da minuta do golpe. Ora essa. Se nem advogados dos acusados têm acesso a isso, como jornalistas declaradamente ansiosos pela condenação de Bolsonaro e Michelle tem?

VOCÊ SABIA?

Dos 11 atuais ministros do STF, sete foram indicados pelo PT por meio de Lula e de Dilma Rousseff. São eles: Luiz Fux, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Dias Tóffoli, Cármen Lucia e Cristiano Zanin. Alexandre de Moraes foi indicado pelo MDB. André Mendonça e Nunes Marques por Jair Bolsonaro. E Gilmar Mendes foi o escolhido de Fernando Henrique Cardoso.

FRASE DO DIA

Do deputado federal Maurício Marcon (PL-RS) – @Maubmarcon – No X-Twitter, sobre sentenças do STF no caso do 8 de janeiro.

“No Brasil 🇧🇷 segundo o STF, é mais grave tirar uma foto no Senado (pena 17 anos) do que esquartejar alguém (pena 16 anos). O judiciário precisa de uma reforma, pena que o presidente do Senado não tem a coragem necessária para fazer.”

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