Após sete anos e meio criopreservado (mantido a temperaturas baixíssimas), um embrião foi descongelado em Ribeirão Preto e, dele, nasceu o pequeno Vinícius. Prestes a completar dois meses de vida, o bebê é o primeiro filho natural da dona-de-casa Maria Roseli Dorte, 41 -que já havia tido quatro abortos espontâneos-, e do mecânico Luís Henrique Dorte, 40, de Mirassol.
O embrião ficou congelado desde setembro de 1999 no Centro de Reprodução Humana de Ribeirão Preto, um recorde no país, segundo o ginecologista Ricardo Baruffi, que atua no centro. De acordo com ele, a marca anterior era de seis anos. “A literatura médica não mostra o tempo que um embrião pode ser mantido congelado e se manter viável, mas agora sabemos que pelo menos com oito anos temos condições de ter uma criança com qualidade”, afirmou.
Para conseguir engravidar, Maria Roseli chegou a ingerir três comprimidos de Viagra por três dias seguidos, como parte do tratamento. O medicamento provoca vasodilatação, o que proporciona maior irrigação uterina, fazendo com que o endométrio atinja a espessura ideal para que o embrião possa ser implantado. A causa da infertilidade dela era o fato de o seu endométrio ser muito fino, além da má qualidade dos espermatozóides do marido. Vinícius nasceu aos seis meses de gestação, com 1,2 quilo e 36 centímetros. Ele está internado para ter ganho de peso e deve ter alta nos próximos dias.