Pagar somente pela água consumida. Esse antigo anseio de quem mora em condomínio será possível com a medição e emissão de conta individual em edifícios residenciais e comerciais de todos os 364 municípios paulistas atendidos pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Para que cada condômino tenha a sua fatura, como ocorre com as contas de energia elétrica e telefone, o síndico do condomínio precisa entrar em contato com a Sabesp que orientará sobre os procedimentos necessários (instalação de hidrômetros em cada unidade habitacional e as obras pertinentes às modificações).
Atualmente, a maioria dos condomínios tem apenas um hidrômetro coletivo que registra o consumo total do prédio. A conta é rateada entre todos os inquilinos, sem discriminação dos gastos particulares e coletivos (como piscinas). Com a medição individualizada, o condomínio terá um hidrômetro por unidade habitacional, o concentrador (reunirá todos os gastos por apartamento) e o coletivo (consumo geral). Para saber quanto cada unidade habitacional pagará, será somado o medido no hidrômetro individual mais o gasto relativo à área comum (dividido igualmente entre os moradores).
Padrão Sabesp – Pelas contas da Sabesp, há 370 mil unidades aptas a passar pelas modificações e receber os hidrômetros individuais. Para começar a medição da conta individual de água, o condomínio precisa contratar profissionais para realizar os serviços e arcar com as despesas e a manutenção interna do sistema. O valor dependerá das adequações necessárias e das características do local. Por exemplo, se o edifício for novo e já tiver local apropriado para a instalação do hidrômetro, a despesa será bem menor. A Sabesp não cobrará pela emissão de contas individualizadas.
É o condomínio quem escolhe seu prestador de serviços, mas essa pessoa ou empresa precisa se capacitar com os profissionais do Programa PróAcqua. A exigência de capacitação e certificação é para se chegar ao padrão de qualidade estabelecido pela Sabesp, informa a empresa. O programa foi desenvolvido em parceria com o Centro de Desenvolvimento e Documentação da Habitação e Infra-Estrutura Urbana (Cediplac), órgão ligado à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).
Assim que as instalações estiverem de acordo com o padrão Sabesp, começa a emissão de conta individual por unidade. O primeiro a optar pela troca de medição coletiva com rateio pela individual é o edifício da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), em Francisco Morato, na Grande São Paulo. São 16 apartamentos distribuídos por quatro andares, nos quais residem 70 pessoas. O custo por apartamento no condomínio ficou em quase R$ 700 por causa das várias adequações necessárias.
Serviço
No site do programa www.proacqua.org.br há informações sobre capacitação, medição individualizada, nomes de profissionais qualificados e esclarecimento das dúvidas mais freqüentes. (Claudeci Martins, da Agência Imprensa Oficial)