Vôo Gol 1907
O Ministério Público do Trabalho de São Paulo vai investigar as condições de trabalho dos controladores de vôo, profissionais que cuidam das rotas aéreas no Brasil. A investigação contra a Aeronáutica e a Infraero foi motivada por denúncias veiculadas pela imprensa após o trágico acidente com o Boeing da Gol, no último dia 29. Falhas no comando de tráfego aéreo são apontadas como possíveis causas do maior acidente aéreo no país. As denúncias que motivaram a abertura de processo no Ministério Público apontam sobrecarga de trabalho da categoria, não concessão de intervalos entre as jornadas e dificuldade em obter folgas. De acordo com o procurador Fábio de Assis Fernandes, responsável pela investigação, a apuração das denúncias é essencial para manter a saúde da categoria e, em conseqüência, a segurança do tráfego aéreo no país.
A nossa preocupação é com a saúde e segurança desses trabalhadores. Agora de forma indireta, nós estamos defendendo a segurança do tráfego aéreo. Para segurança do tráfego aéreo é premissa básica que esses trabalhadores laborem em um ambiente saudável e que não trabalhem em excesso de jornada porque já é um trabalho extremamente desgastante e estressante.
O Ministério Público vai apurar ainda se o contingente de trabalhadores na área é suficiente para manter a demanda de vôos no espaço aéreo brasileiro. Atualmente, cerca de três mil controladores atuam no país. A grande maioria é formada por servidores da Aeronáutica. O número de funcionários permanece quase inalterado, enquanto mais de 75 mil novos aviões foram inclusos na frota nos últimos dois anos. Caso as denúncias sejam comprovadas, o Ministério Público do Trabalho encaminhará um documento à Aeronáutica e à Infraero para ajustar a situação de trabalho dos controladores.
