O concurso de beleza Miss França está sendo processado por discriminação após selecionar concorrentes com base nas suas aparências físicas.
Três ex-concorrentes uniram forças com o grupo feminista Osez le Feminisme (Ouse ser uma feminista), em comunicado nesta semana, na tentativa de processar o donos dos direitos da realização do Miss França, bem como a Endemol, a empresa que exibe o concurso no canal TF1.
Para serem consideradas para o concurso anual, que gerou críticas regulares ao longo dos anos, as candidatas à rainha da beleza francesa devem ser solteiras, ter mais de 1,70 metro de altura e ser consideradas “representativas da beleza”.
As candidatas, que devem comprovar nunca ter se casado ou tido filho, são obrigadas a não engordar durante a competição e não devem mudar o penteado. Eles também não podem ter tatuagens ou quaisquer piercings. Só brincos são permitidos.
Outros critérios desqualificadores para competidoras em potencial incluem o uso de mechas ou extensões de cabelo e tabagismo.
Os críticos argumentaram que a Miss França e a Endemol violam a legislação trabalhista francesa ao aplicar esses critérios de seleção supostamente discriminatórios, relata a France 24.
A advogada de Osez le Feminisme, Violaine De Filippis-Abate, disse à agência France Presse que, de acordo com a legislação trabalhista francesa, as empresas estão proibidas de discriminar pessoas com base em “moral, idade, situação familiar ou aparência física”.
O Miss França tem uma tradição de 101 anos. Além do território francês na Europa, departamentos ultramarinos da França, como Martinica, Taiti e Guiana Francesa, enviam candidatas. No ano passado, Clemence Botino, representante de Guadalupe, foi coroada Miss França.