


A Polícia Federal desvendou um esquema sofisticado de fraude digital na operação “Face Off”, batizada em referência ao filme dos anos 90. Criminosos utilizavam técnicas avançadas para manipular imagens faciais e burlar a biometria do portal Gov.br, acessando dados sensíveis dos usuários. Os criminosos movimentaram R$ 50 milhões, principalmente por meio de empréstimos fraudulentos em nome de vítimas, muitas delas servidores públicos.

Diferentemente do filme “A Outra Face”, em que atores trocavam de rosto cirurgicamente, os golpistas digitais empregavam tecnologia para criar falsificações convincentes o suficiente para enganar os sistemas de segurança. “Conforme a tecnologia avança, os golpes também se aprimoram”, explicou Fábio Assolini, especialista em cibersegurança da Kaspersky, em entrevista ao Globo.
Os criminosos focavam no sistema “liveness”, que verifica se a imagem capturada pertence a uma pessoa real. O desafio, segundo especialistas, está no equilíbrio entre segurança e acessibilidade: “Se for muito permissivo, aceita até manequim; se for rigoroso demais, bloqueia o dono da conta”, detalhou Assolini.
A ameaça não se limita ao Gov.br. Em outubro de 2024, a Polícia Civil do DF desarticulou grupo que usava “deepfakes” e IA para invadir contas bancárias. “Eles manipulavam imagens até o sistema travar”, relatou a delegada Isabel Borges de Moraes.

