Quem é velho (30+) e morava ou frequentava as grandes cidades brasileiras acompanhou a evolução da oferta de pipocas.
Tudo começou com “sal ou doce?”, e aquela doce a gente até podia tentar fazer em casa, nunca ficava igual. Daí, veio a pipoca de microondas, junto com aquela gordura hidrogenada que cola na língua pra nunca mais sair, e os pipoqueiros de rua precisaram inovar.
Em algum lugar dos anos 90, virou moda temperar pipoca salgada com glutamato monossódico, popularizado pelo Aji-no-moto. Vieram também as pipocas com gostos distintos, temperadas com Sazón ou até mesmo pozinho de miojo. Que momento, senhoras e senhores. Que momento. Eu vi. Eu estava lá.
Nada nos preparou, porém, para as invenções arrojadas do pipoqueiro Jean Conceição da Silva, de 51 anos, pelo menos 30 destes dedicados à venda de pipocas. Ele comparece de terça-feira a domingo, a partir das 17h, em uma praça da Estrada dos Coqueiros, em Senador Camará, subúrbio do Rio de Janeiro, e oferece a seus clientes pipocas com bacon, com queijo coalho, com calabresa e – os sabores mais surpreendentes – com camarão e com salada de frutas. A cobertura de chocolate ou de morango é à vontade.
“No início, achei que os clientes podiam estranhar, mas gostaram tanto que até pedem para misturar”, disse Jean ao jornal Extra. “Um dos pedidos que mais sai é o de pipoca com camarão, queijo coalho e Leite Moça.” Sim. Camarão + queijo coalho + LEITE CONDENSADO. Onde vamos parar? Quero provar JÁ. Os preços variam entre R$ 3 e R$ 12, independentemente do sabor escolhido.
O jornal informa que o pico de movimento é por volta das 20h. À meia-noite, quando termina o expediente, Jean segue para casa para, às 6 da manhã, iniciar a lida como pedreiro, sua segunda profissão.