Quem passou ontem pela avenida José Silva Melo, entre as ruas Paraguai e Chile, se comoveu com um cartaz afixado na porta de um bar, que antes da pandemia era um dos principais pontos de encontro daquela região. Em uma folha de sulfite, o Rodolfo Roberto de Miranda, de 35 anos, escreveu a mão: “estamos fechados por sermos honestos”.
Procurado pelo jornal A Cidade,o comerciante explicou que desistiu de manter o estabelecimento aberto depois de constantes notificações e uma multa do setor de fiscalização da Prefeitura.
“Sempre trabalhei dentro da maior legalidade possível, meu alvará sempre em dia, nem cigarro do Paraguai eu nunca vendi. Aí entrou a pandemia e eu cerquei o bar e passei a atender apenas na porta, mas aí o pessoal começou a pegar no nosso pé porque o pessoal comprava e ficava ali por perto para consumir”, contou.
Ainda segundo Rodolfo, ele então começou a conversar com os clientes e chegou a escrever nas paredes do estabelecimento que estava proibido se aglomerar no local, mesmo assim vieram mais denúncias, notificações e até uma multa contra ele.
“A gente faz de tudo, conversa, explica coloquei ali na parede que era proibido se aglomerar, mas eles dizem que a responsabilidade do entorno também é minha, mas o que eu posso fazer? A gente fica se sentindo um criminoso por estar trabalhando, pois, todo dia vem um fiscal, vem a polícia, então eu estou desistindo. Se eu fosse um traficante ou estivesse vendendo alguma coisa de errado talvez eu não estivesse sendo tão perseguido como estou”, completou.
O problema é que o estabelecimento é a única fonte de renda da família. “Nós vamos continuar assando lá as cochas de frango com as portas fechadas até ver o que fazer, pois a gente depende disso”, concluiu.