As polícias Civil e Militar vão investigar as circunstâncias da morte do serralheiro Roberto Paulo Mendonça, 60 anos, que teria sofrido pelo menos dois tiros, no peito e no abdômen, em Rio Preto, numa suposta troca de tiros com a PM.
Os três PMs envolvidos – um tenente e dois cabos – foram afastados do cargo para avaliação psicológica.
O Diário apurou que Mendonça já cumpriu pena por quatro homicídios, sete roubos, três furtos e um porte ilegal de arma de uso restrito das Forças Armadas. A delegada que registrou a ocorrência na Central de Flagrantes, Junia Cristina Macedo Veiga, relatou no boletim, que eles não se apresentaram na delegacia, não entregaram as armas e que o exame residuográfico nos policiais foi realizado no batalhão da Polícia Militar, contrariando o que diz a resolução SSP-05, do dia 7 de janeiro de 2013, que regulamenta as ocorrências de “morte decorrente de intervenção policial”.
A norma da SSP diz: “As pessoas envolvidas nas ocorrências que trata essa resolução (morte decorrente de intervenção policial) deverão ser, imediatamente, apresentadas na unidade policial civil com atribuições investigativas”, a menos que a pessoa esteja impossibilitada de comparecer, por exemplo, devido a ferimento.
A Polícia Militar informa que seguiu o artigo 144 do Código de Processo Penal Militar que afirma que é de competência da PM a investigação em possíveis crimes militares. De acordo com o boletim de ocorrência, após uma abordagem policial na estrada vicinal que liga o distrito de Schmitt a Cedral, o homem saiu correndo em uma mata e passou a atirar contra os policiais que revidaram e acertaram dois tiros em Mendonça, que morreu ainda no local.
Os policiais acionaram o Samu, mas a vítima já estava morta. Mendonça estaria no carro com o desempregado R.J.S., que alegou não conhecer a vítima e estava apenas dando carona para Mendonça. A versão oficial é rebatida por R.J.S. Ele disse ontem ao Diário que a vítima já havia descido do carro quando foi abordada pela polícia.