Fábio Carille vive um momento inédito em sua trajetória como treinador.
Pela primeira vez, ele amarga uma sequência de resultados ruins e terá pela frente três jogos decisivos, em que se a má fase continuar, os objetivos traçados para a temporada de 2018 poderão ficar comprometidos.
São quatro jogos sem vitórias – foram dois empates e duas derrotas. Ficar tanto tempo sem vencer é algo que já aconteceu no ano passado, mas em uma circunstância bem mais confortável. O Corinthians liderava o Campeonato Brasileiro com folgas e os tropeços fizeram apenas com que se criasse uma perspectiva de que o time poderia perder o fôlego na reta final do Brasileirão e ficar sem a taça.
Atualmente, a situação é bem diferente. Os tropeços fizeram o time alvinegro perder a liderança do Brasileirão, ver a classificação às oitavas de final da Copa Libertadores como algo incerto e a ameaça de mais uma vez ser eliminado em casa na Copa do Brasil.
“Nos incomoda essa situação e a gente tem se cobrado bastante quanto a isso. Desde que o Fábio assumiu, passamos por isso poucas vezes, mas a gente consegue dar a volta por cima”, comentou o volante Maycon, que nega ver o elenco com responsabilidade muito maior do que o Vitória, adversário desta quinta-feira. “Eles já tiraram a nossa invencibilidade (no ano passado). É uma equipe perigosa e que tem um trio ofensivo perigoso”, argumentou.
Nesta quinta-feira, o duelo é contra o Vitória. No primeiro jogo o placar foi de 0 a 0, em Salvador. Mais um empate e a decisão vai para os pênaltis. No ano passado, o time foi eliminado em casa pelo Internacional. Já neste domingo, o confronto é o clássico contra o Palmeiras, pelo Brasileirão, no primeiro encontro após a decisão do Campeonato Paulista.
A sequência decisiva se encerra na outra quarta-feira diante do Deportivo Lara, em Barquisimeto. Líder do Grupo G da Libertadores com sete pontos, o time alvinegro vê a equipe da Venezuela e o Independiente logo abaixo, com seis, e o Millonarios somando quatro. Um tropeço fora de casa e a vaga fica ameaçada.
Por enquanto, a situação de Fábio Carille é confortável e mesmo que a equipe não consiga os resultados esperados, ele não corre risco. A diretoria entende que é normal a instabilidade e o fato do elenco sentir o cansaço pelas diversas viagens também é algo que ameniza a pressão sobre o trabalho do treinador.
Novas opções
Para fazer o Corinthians voltar a jogar bem e conseguir bons resultados, Fábio Carille tem algumas opções que podem fazer a diferença no banco de reservas. A principal delas é o atacante Pedrinho. Apesar do empate com o Ceará, o jovem de 20 anos foi um dos destaques da partida e aumentou ainda mais a pressão para que ele tenha maiores oportunidades.
Fábio Carille alega que o menino não tem condições físicas para suportar 90 minutos e por isso não tem sido tão utilizado. Outra opção, então, poderia ser a volta do esquema tático com um centroavante, após a chegada de Roger. O treinador admite tal possibilidade, mas acha pouco provável efetuar a mudança antes da Copa do Mundo. Ele quer tempo para treinar.