sábado, 23 de novembro de 2024
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Com pé no freio, seleção não tem mais o que treinar na Copa

Pé no freio é a ordem de momento na Seleção Brasileira, ao menos nos treinamentos. Junto desde 21 de maio, quando se apresentou ao técnico Tite na Granja Comary, em…

Pé no freio é a ordem de momento na Seleção Brasileira, ao menos nos treinamentos.

Junto desde 21 de maio, quando se apresentou ao técnico Tite na Granja Comary, em Teresópolis (RJ), visando a Copa do Mundo, o grupo de jogadores já passou por diversos estágios na preparação para o torneio na Rússia. E o atual é de recuperação física e ajustes finos para o mata-mata da competição.

Desde que o Brasil superou a Costa Rica por 2 a 0, em São Petersburgo, no seu segundo compromisso na Copa do Mundo, Tite e sua comissão técnica desaceleraram. Logo na sequência daquele triunfo, a maior parte dos jogadores fez dois dias de trabalhos regenerativos. Um cenário parecido aconteceu após o confronto contra a Sérvia, também vencido por 2 a 0.

Pela primeira vez desde a estreia da seleção na Copa do Mundo, Tite deixou os jogadores com um dia inteiro livre sem atividades, na última quinta-feira. Nesta sexta, só os reservas trabalharam, de fato, em Sochi, o “quartel-general” da seleção, enquanto que os titulares e jogadores que atuaram por mais de 45 minutos apenas fizeram trabalhos regenerativos e até brincaram em campo, como o atacante Neymar, que esteve em campo acompanhado pelo filho Davi Lucca – a presença de familiares e crianças tem sido rotina nos trabalhos do Brasil na Rússia, especialmente nos últimos dias.

Isso significa que apenas o trabalho deste sábado, fechado à imprensa, em Sochi, será mais intenso na preparação para o confronto desta segunda-feira contra o México em Samara, pelas oitavas de final. O domingo será dia de treino oficial da Fifa, na véspera do duelo, quando Tite, em estratégia adotada desde o tempo em que era técnico em clubes, realiza um trabalho apelidado de “fantasma” por posicionar os titulares em campo, sem a presença de uma formação adversária.

Esse cenário deverá se intensificar nos próximos dias, também pela agenda mais apertada de compromissos do Brasil na Copa do Mundo, caso a equipe tenha êxito diante do México e também nas fases seguintes. Afinal, o intervalo de cinco dias entre os jogos, rotineiro desde a estreia na Rússia contra a Suíça, será interrompido após o confronto contra o México. Para as quartas de final, o intervalo de tempo será de apenas quatro dias, assim como para as semifinais.

“Estamos há mais de um mês juntos. Agora não tem muito o que trabalhar, o que fazer dentro de campo. É mais ajuste, parte física e vídeo. Não tem muito o que trabalhar agora. São detalhes porque já trabalhamos no decorrer da preparação”, afirmou o volante Casemiro.

Agora, portanto, o momento da seleção é de treinos de recuperação física e conversas para melhor preparar a equipe para os adversários que surgirem. Mas essa situação já foi bem diferente, afinal a realização de trabalhos intensos foi uma das marcas da seleção brasileira em seus treinos nas semanas iniciais de preparação para a Copa do Mundo.

A ideia de Tite, declarada repetidas vezes em suas entrevistas, é de que titulares e reservas estejam no mesmo estágio físico, algo fundamental para quando ele precisa acionar algum suplente para mudar o estilo da equipe em campo ou mesmo por alguma contusão sofrida. Até por isso, nos 24 primeiros dias de preparação para a Copa, em seis a seleção trabalhou em dois períodos. Mas só um deles foi em Sochi, antes da estreia na competição, e com uma das atividades sendo realizada na academia.

Os treinos puxados foram apontados como uma possível razão para os vários problemas físicos que a seleção teve nas últimas semanas, envolvendo jogadores como Danilo, Douglas Costa, Fred e Renato Augusto. O próprio Tite não negou essa possibilidade, sempre falando até com orgulho da intensidade dos trabalhos e cobrança de que os jogadores se movimentem o tempo todo.

“Tivemos lesões traumáticas, musculares e sobrecargas articulares. Não existe padrão para se explicar isso. Acho que estamos em processo de final de temporada dos clubes europeus. O futebol tem se tornado cada vez mais um esporte de extrema intensidade e de choque”, justificou o médico da seleção, Rodrigo Lasmar.

Porém, após passar por fases de equalização da condição dos jogadores, que chegaram de ligas diferentes, e de deixar titulares e reservas em alto nível competitivo, prontos para serem acionados quando necessário, o momento é outro. A comissão tem aumentando o tempo de descanso deles para que eles atuem alto nível, apoiada por dados da fisiologia. Intensidade, agora, portanto, só nos 90 minutos de cada jogo.

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