Em um jogo marcado por uma briga entre o técnico Oswaldo de Oliveira e o meia Paulo Henrique Ganso na segunda etapa, Fluminense e Santos empataram nesta quarta-feira à noite, no Maracanã, por 1 a 1, em jogo da 21.ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Com o resultado, o time santista se mantém na terceira colocação, com 38 pontos, mas vê vários adversários encostarem na classificação. Já a equipe carioca chegou aos 19 pontos, assim como Cruzeiro e CSA, mas está à frente destes dois clubes e assumiu o 16.º lugar, fora da zona de rebaixamento.
O primeiro tempo foi marcado por muita disposição das equipes, mas fraco tecnicamente. O Santos concentrou suas jogadas pela esquerda, onde Soteldo tinha vantagem sobre Gilberto. Com isso, o atacante venezuelano passou a ser “caçado” pelos zagueiros adversários, que não economizaram nas pancadas.
Melhor em campo, o Santos teve três chances de abrir o placar, com Derlis González, Felipe Jonathan e Lucas Veríssimo. Em todas, o goleiro Muriel surgiu com destaque. Para desespero do técnico Jorge Sampaoli, que, suspenso, assistiu ao jogo das tribunas e distribuiu pontapés nas cadeiras a cada passe errado ou vacilo de marcação santista.
O Fluminense apostou em Nenê e Ganso para organizar as jogadas, mas a dupla não teve sucesso. Em três oportunidades que surgiram acabaram interrompidas pela arbitragem por causa da posição de impedimento de João Pedro (duas) e Gilberto.
Os dois gols da primeira etapa só foram sair nos minutos finais. Aos 39, em grande jogada, Soteldo passou como quis por Nino e Gilberto, antes de bater com categoria na saída de Muriel.
O desespero tomou conta da pequena torcida do Fluminense, que, aos gritos de “time sem vergonha”, passou a vaiar cada passe de sua equipe. Antes do apito final, em um cruzamento despretensioso de Nenê, a bola resvalou na cabeça de Lucas Veríssimo e surpreendeu o goleiro Everson, praticamente um espectador privilegiado dentro do gramado.
O segundo tempo começou totalmente diferente, com domínio completo do Fluminense. Wellington Nem entrou no intervalo e deu maior velocidade ao ataque carioca. O Santos viveu das falhas da zaga adversária para tentar se aproximar do gol de Muriel.
Aos 18 minutos, o lance mais polêmico da partida. Ao ser substituído por Daniel, Ganso chamou Oswaldo de Oliveira de “burro” à beira do gramado e precisou ser seguro pelos companheiros para não partir para a agressão. “Você não sabe nada”, disse o meia. O técnico retrucou: “Você é vagabundo”. A torcida ficou do lado do jogador e gritou “Oswaldo, pede pra sair”.
Aos 26 minutos, mais um problema para o Fluminense, quando Digão recebeu cartão vermelho, depois de deixar o pé no rosto de Marinho, após uma dividida. Aos 32, Muriel fez mais uma boa defesa na partida, ao impedir o gol de Felipe Jonathan.
No banco de reservas, Oswaldo praticamente não orientou mais o time após a briga com Ganso, enquanto o próprio Ganso e Nenê, que foram substituídos, passaram instruções e reclamaram com o quarto árbitro. Nas arquibancadas, a torcida tricolor chegou a gritar o nome de Cuca, que horas antes havia se demitido do São Paulo.
Apesar de estar com um jogador a mais em campo, o Santos não conseguiu pressionar o Fluminense. Pior. Quase levou o segundo gol, aos 43 minutos, quando escapou sozinho, chegou a driblar Everson, mas chutou para fora.
O Santos acordou nos acréscimos. Carlos Sánchez deixou Sasha livre, mas o atacante também errou o alvo. Lucas Veríssimo cabeceou para fora na saída errada de Muriel e Marinho sofreu falta violenta de Frazan, que também levou o cartão vermelho. Na cobrança da falta, Carlos Sánchez bateu e Muriel fez outra boa defesa. O jogo foi até os 54 minutos e ainda houve tempo para Marinho ser expulso.
No domingo, às 16 horas, na Vila Belmiro, o Santos volta a campo para enfrentar o CSA pela 22ª rodada do Brasileirão. No mesmo dia e horário, o Fluminense recebe o Grêmio no Maracanã.