Com seis gols em sete jogos, sendo três de pênalti, o atacante da Inglaterra Harry Kane foi o artilheiro da Copa do Mundo da Rússia.
O jogador do Tottenham também fez história pelo seu país ao se tornar o segundo inglês nas 21 edições de Mundial a terminar no topo da lista de goleadores. Ele repetiu o feito de Gary Lineker, que também balançou as redes seis vezes no México, em 1986, na campanha que a seleção inglesa caiu nas quartas de final para a Argentina, por 2 a 1.
Cinco atletas ficaram na vice-artilharia em 2018 com quatro bolas na rede cada: Cristiano Ronaldo (Portugal), Cheryshev (Rússia), Lukaku (Bélgica), Mbappé e Griezmann (ambos da França). Kane, por sua vez, fez metade dos gols da sua seleção na competição realizada na Rússia.
Nos últimos 40 anos, foram realizadas dez Copas e em apenas uma delas o artilheiro do torneio ultrapassou a marca dos seis gols. O brasileiro Ronaldo, em 2002, comemorou oito vezes após marcar, sendo duas na final contra a Alemanha, dando o pentacampeonato à seleção canarinho.
A edição de Mundial que teve o artilheiro com o menor número de gols foi a de 1962, no Chile. Curiosamente, seis jogadores marcaram quatro vezes e ficaram na ponta da tábua de matadores: os brasileiros Garrincha e Vavá, o chileno Leonel Sánchez, o húngaro Flórián Albert, o iugoslavo Drazan Jerkovic e o soviético Valentin Ivanov.
A segunda vez na história dos Mundiais que a Chuteira de Ouro foi dividida ocorreu em 2010, na África do Sul, em que quatro atletas fizeram cinco gols cada: o alemão Thomas Müller, o espanhol David Villa, o holandês Wesley Sneijder e o uruguaio Diego Forlán.
Harry Kane começou a Copa da Rússia arrasador. Na primeira fase, fez dois gols na estreia na vitória sofrida sobre a Tunísia, por 2 a 1. O segundo tento saiu nos acréscimos, de cabeça. Na segunda partida, triplete do jogador do Tottenham. Dois e pênalti e um sem querer, em que a bola bateu em seu calcanhar depois de chute de Loftus-Cheek. Depois do terceiro, Kane foi substituído e saiu aplaudido de pé. Em entrevista após a partida, foi incitado a pedir música no programa Fantástico, da Rede Globo. Escolheu “One Kiss”, dos cantores Calvin Harris e Dua Lipa.
Com cinco gols em dois jogos, a expectativa era de que o atacante, de 25 anos, fosse chegar perto do recorde do francês Just Fontaine, que em 1958, na Suécia, balançou as redes 13 vezes. Mas não foi o que aconteceu. No terceiro jogo da fase de grupos, contra a Bélgica, o artilheiro foi poupado e ficou os 90 minutos no banco.
Nas oitavas de final, Kane fez, outra vez de pênalti, o gol do empate com a Colômbia, por 1 a 1. A igualdade persistiu na prorrogação e, na disputa de tiros livres, melhor para os inventores do futebol. Dali para frente, foram três jogos decisivos em que o atacante não conseguiu mais comemorar um gol e frustrou a torcida.
Nas quartas, contra a Suécia, vitória da Inglaterra, mas Kane passou em branco. Ele também não marcou na semifinal, diante da Croácia, que venceu por 2 a 1, com gol no tempo extra. Na disputa pelo terceiro lugar com a Bélgica, mais uma atuação apagada de Kane, que em 2017 foi o artilheiro da Europa, com 56 gols – dois à frente de Lionel Messi, e na temporada 2017/2018 do Campeonato Inglês ficou na vice-artilharia, com 30 tentos – dois a menos do que o egípcio Mohamed Salah, do Liverpool.