A coleta de lixo em Bady Bassitt, Guapiaçu e em mais outras cinco cidades da nossa região foi interrompido desde esta última quarta-feira (22). A medida ocorreu depois que uma blitz do Ministério do Trabalho (MT) e Ministério Público do Trabalho (MPT) interditou o serviço feito pela empresa Constroeste.
O MT e MPT acusam a empresa de, pelo menos, seis irregularidades trabalhistas, incluindo o transporte dos coletores na parte de traseira dos caminhões e uniformes impróprios. A Constroeste só poderá retomar os serviços após resolver as falhas apontadas.
Até agora com a interrupção da coleta, 28 toneladas de lixo de Bady e pelo menos 56 de Guapiaçu deixaram de ser coletadas nesses dois dias. Problema ainda maior enfrentam os municípios de São José do Rio Preto, Mirassol, Nova Granada, Monte Aprazível e Neves Paulista. Só em Rio Preto, quase 800 toneladas de lixo continuam nas lixeiras.
O auditor fiscal do Ministério do Trabalho, Wlamir Barcha, escreveu na justificativa da interdição que o transporte dos coletores nos estribos viola o Código de Trânsito Brasileiro. “A coleta de lixo por se tratar de serviço essencial à população fez com que a situação dos trabalhadores dependurados nas traseiras dos caminhões coletores se tornasse ‘necessária e inaceitável’ aos olhos da população e de parte do poder público, mas que impõe aos coletores de lixo riscos inaceitáveis que devem ser eliminados. Nem animal se pode transportar assim”, disse.
Além do transporte, o Ministério do Trabalho aponta que os funcionários lavam os uniformes em casa o que expõe a saúde da família e do trabalhador. Também há falhas nos equipamentos de proteção individual (EPI’s), como luvas rasgadas e bermudas e camisetas sem mangas.
Assim como em outras cidades, os funcionários também são transportados na traseira dos caminhões para a viabilidade da coleta. Em Potirendaba, por exemplo, o serviço é realizado pela prefeitura da cidade com dois caminhões iguais aos da empresa Constroeste e no mesmo sistema.
Por meio de nota a Constroeste disse que está analisando o termo de interdição dos serviços de coleta de lixo para tomar medidas judiciais. Trecho da nota diz a empresa não recebeu qualquer notificação do Ministério do Trabalho e foi surpreendida com a autuação e interdição e que ainda não existe previsão para a retomada da coleta, o que pode gerar um grande transtorno à população das sete cidades envolvidas.
Na nota a empresa aproveitou para dizer ainda que durante os 40 anos em que a Constroeste realiza coleta de lixo, nenhum acidente de trabalho foi registrado na área de coleta ou qualquer autuação de trânsito. Além disso, empresa oferece sim todos os EPIs necessários para o desempenho desta atividade.
(Foto: Bárbara Scocca/Gazeta do Interior)