O Colégio Pedro II, tradicional instituição federal de ensino do Rio, decidiu não renovar a matrícula de três alunos do ensino fundamental acusados de suposto envolvimento na divulgação de um vídeo, nas redes sociais, de uma colega de 12 anos praticando sexo oral. Os três meninos e a vítima estudavam na Unidade São Cristóvão II. O suposto abuso ocorreu fora das dependências do colégio, em um parque vizinho, na Quinta da Boa Vista.
Em portaria publicada no dia 2, o reitor do Pedro II, Oscar Halac, comunicou a punição e afirmou ter encaminhado os fatos ao Conselho Tutelar e à Vara da Infância. Os três adolescentes poderão, contudo, terminar o período letivo na unidade, “de modo a não prejudicar a escolaridade de cada um”, como escreveu o reitor no documento.
A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) abriu uma investigação sobre o caso. Os investigadores não sabem ainda se a relação foi consensual. A vítima foi transferida para outra unidade do Pedro II e, segundo mães de outros alunos, está recebendo tratamento psicológico. Uma delas afirmou que a adolescente estava no Pedro II desde os 6 anos. Já os jovens punidos são negros e de famílias de baixa renda, o que tornou a portaria polêmica entre responsáveis.
Alguns pais defendem que a reitoria está praticando “justiçamento” com os meninos, que teriam um histórico de mau comportamento e a punição demonstraria “fracasso” educacional. Já outros apoiam a medida e destacam que os garotos têm histórico de agressões físicas e psicológicas a colegas. Procurado, o colégio informou que a reitoria não se pronunciaria.