sábado, 23 de novembro de 2024
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Cobra não engole homem e canal estuda cancelar exibição no Brasil

O canal Discovery brasileiro estuda cancelar a exibição no país do especial Eaten Alive, em que o explorador norte-americano Paul Rosolie seria comido vivo por uma sucuri amazônica. Veiculado ontem…

O canal Discovery brasileiro estuda cancelar a exibição no país do especial Eaten Alive, em que o explorador norte-americano Paul Rosolie seria comido vivo por uma sucuri amazônica.

Veiculado ontem (7) nos Estados Unidos, o programa não mostrou Rosolie sendo engolido pela cobra gigante, ao contrário que anunciaram o explorador e o canal americano no início de novembro. Mesmo vestindo uma roupa especial, Rosolie desistiu de levar a experiência adiante após ser envolvido pelo animal e tomar uma mordida no capacete. A mudança de ideia frustrou o público, que reclamou de propaganda enganosa nas redes sociais.

Em nota divulgada na tarde desta segunda-feira (8), a Discovery americana defendeu o especial e justificou que o “experimento teve de ser cancelado quando ficou claro que Paul [Rosolie] estava ficando seriamente machucado. A segurança de Paul, assim como a da anaconda, sempre foi nossa prioridade número um”.

Rosolie desistiu de ser comido vivo após sentir seu braço sendo esmagado pela cobra. Ele pediu ajuda de assistentes e foi separado do animal. Em novembro, o Discovery divulgou um vídeo em que Rosolie dizia: “Vão me colocar dentro da cobra”. O nome do programa sugeria que, pela primeira vez, um homem seria comido vivo na TV. O material levado ao ar, no entanto, gerou revolta.

“Rosolie é um idiota. Ele pensava que entraria na barriga da anaconda sem ser esmagado antes?”, criticou a canadense Danielle B., no Twitter. O norte-americano Aaron Askew, que ajudou a divulgar o especial na internet, ironizou: “Meus pedidos de desculpas para qualquer pessoa que tenha assistido Eaten Alive por minha causa. Sinto-me tão enganado quanto vocês”. Já Bernie Delinski foi mais ácido: “Paul Rosolie não foi engolido pela anaconda, mas está sendo comido vivo no universo do Twitter.”

Eaten Alive já tinha causado polêmica antes mesmo de ir para o ar. A organização não-governamental Peta (sigla, em inglês, para Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais) divulgou nota pedindo que o canal Discovery não exibisse o especial.

“A cobra vai pagar o preço, assim como acontece com os animais que são usados para entreter”, disse em nota oficial. Rosolie, entretanto, defendeu-se ao reforçar que a ideia do programa era alertar para a preservação das cobras, que são “assassinadas e exterminadas intencionalmente, talvez mais do que qualquer outro bicho”.

No especial, o explorador vestiu um traje especial que o protegeria quando estivesse dentro da sucuri. Uma corda ficou presa em sua cintura, para que pudesse ser puxado, caso precisasse de ajuda. Para atrair o réptil, ele se cobriu com sangue de porco. O truque deu certo: a cobra chegou a se enrolar em Rosolie, apertou-o e mordeu seu capacete.

Nesta segunda (8), Peta voltou a se posicionar contra o programa, declarando que “o animal foi tirado do habitat natural e levado para um local rodeado de câmeras. A anaconda foi ludibriada e usou sua preciosa energia, reservada para se alimentar, com um humano que fingiu ser um porco, tudo para chamar a atenção. Paul Rosolie e a equipe do especial colocaram a cobra em uma situação de estresse desnecessária, roubando toda a força do animal.”

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