Um coach de 38 anos dado como desaparecido pela família foi preso em flagrante, nesta quarta-feira (31), pela suspeita de forjar o próprio sequestro. O indivíduo é de Farroupilha, na Serra do Rio Grande do Sul, e foi encontrado em Florianópolis (SC), segundo a Polícia Civil.
De acordo com o delegado Ederson Bilhan, o objetivo do suspeito seria extorquir a própria companheira, com quem mantinha um relacionamento de três anos. Quando prestava depoimento na delegacia, na manhã desta quarta, ela recebeu um falso pedido de resgate pelo telefone. O interlocutor solicitava dinheiro para liberar o rapaz.
“O indivíduo forjou o sequestro para solicitar dinheiro da própria companheira”, afirma o delegado.
O delegado Ederson Bilhan afirma que a companheira do suspeito “ficou muito surpresa” ao descobrir o desfecho da história.
O g1 não conseguiu contato com a defesa do suspeito. A defesa da companheira disse que ela não deseja comentar o assunto.
Além de coach, o suspeito trabalhava como assessor do prefeito de Farroupilha, Fabiano Feltrin. Nesta quarta, após a prisão, ele foi exonerado. A dispensa passa a valer a partir de 4 de setembro, data em que o servidor em cargo de comissão voltaria de férias.
Falso desaparecimento
A família do homem havia reportado o desaparecimento à polícia na noite de terça (30). A partir do pedido de resgate, a investigação afastou a hipótese de desaparecimento e passou a tratar o caso como extorsão mediante sequestro.
A Polícia Civil verificou que o homem havia comprado passagens de ônibus na terça. Primeiro, de Farroupilha para Bento Gonçalves, a 23 km. Depois, de Bento Gonçalves para Porto Alegre, a 122 km. Por último, o homem tinha se dirigido à Florianópolis, distante 460 km da capital gaúcha, também de ônibus.
A apuração ainda confirmou que o homem já tinha comprado uma passagem de volta de Santa Catarina para o RS. Mas a polícia do estado vizinho foi acionada, localizando o indivíduo dentro do ônibus. Ele levava duas armas de fogo registradas em seu nome, mas sem registro de porte.
Como a prisão em flagrante foi feita em Santa Catarina, o Judiciário local decide se ele permanece preso, no estado vizinho ou no RS, ou se pode responder em liberdade.