Novas reuniões com membros do governo interino de Michel Temer ampliou o clima de confiança e a sensação do setor de petróleo e gás de que a indústria pode se recuperar com mais velocidade e, inclusive, puxar a retomada do crescimento econômico, na avaliação do secretário-geral do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), Milton Costa Filho.
Costa Filho citou o exemplo do novo presidente da Petrobras, Pedro Parente, e do novo secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix. “O próprio novo ministro [Fernando Coelho Filho] está se mostrando muito interessado na indústria, fazendo uma interlocução muito positiva. Isso cria um clima de otimismo e de confiança”, disse Costa Filho, após participar de evento com representantes do Rio Convention & Visitors Bureau (Rio CVB) sobre as oportunidades criadas na área de turismo do Rio de Janeiro pelo setor de petróleo e energia.
Estudos
Outro ponto considerado positivo para o futuro da indústria petrolífera foi a aprovação pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), na semana passada, da continuidade dos estudos sobre campos e blocos de petróleo e gás que poderão ser oferecidos na 14ª rodada de licitações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis (ANP). “A gente espera que venha uma rodada que possa realmente atrair investidores”.
A possibilidade de aprovação na Câmara dos Deputados do projeto do então senador José Serra que retira da Petrobras a obrigatoriedade de ser operadora única dos campos do pré-sal constituirá, segundo o secretário-geral do IBP, “um sinal maravilhoso para atrair novos investidores e empresas para a nossa indústria”. O IBP reivindica também que a política de conteúdo local no setor de petróleo e gás seja mais realista, de modo a beneficiar a cadeia nacional de fornecedores de produtos e serviços.
Petrobras
A indústria está concentrando agora sua atenção no anúncio do próximo plano de negócios da Petrobras, previsto para o final deste mês, que deixará claro o posicionamento da companhia daqui para a frente. A expectativa é que a estatal vai investir menos nas áreas de refino, logística e distribuição de gás e se concentrar mais na parte de geração. “Se for feito dessa forma, vai gerar uma série de oportunidades”. A indústria aguarda ainda o anúncio de diversas medidas do governo para retomada do setor. “O clima é de confiança”.
Costa Filho aposta no potencial de recuperação não só da Petrobras, mas da indústria de petróleo e gás como um todo. Segundo dados do IBP, o Brasil é o 13º maior produtor de petróleo do mundo e o 5º maior mercado consumidor de derivados global, representando 3% de toda demanda mundial. A indústria de petróleo e gás é responsável, também, pela geração de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e por 30% do PIB do estado do Rio de Janeiro. “Tem oportunidades imensas aqui. Os empresários estão aguardando decisões para ver se direcionam seus investimentos no Brasil, ou não”.