A cantora Claudia Leitte está sendo acusada de racismo religioso ao substituir a referência a orixá Iemanjá na música “Caranguejo” por uma citação a Yeshua, termo hebraico para Jesus. A mudança gerou críticas do secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, que classificou a atitude como um ato de racismo.
“O Axé tem raízes nas religiões de matriz africana, como o candomblé e a umbanda. Reescrever essa história é apagar a contribuição do povo negro”, afirmou Tourinho em publicação no Instagram nesta terça-feira (17).
Na versão original do hit, os versos eram “Joga flores no mar/Saudando a rainha Iemanjá”. Durante shows recentes, Claudia alterou para “Joga flores/Eu canto meu rei Yeshua”, em versão compartilhada por Michelle Bolsonaro. “Isso não é inovação, é desrespeito. Quando artistas que lucram com o Axé decidem apagar suas origens, chamamos isso pelo que é: racismo”, concluiu o secretário.
A postagem gerou apoio de grandes nomes da música e do carnaval. A cantora Ivete Sangalo comentou com emojis de aplausos, enquanto Quitéria Chagas, rainha de bateria do Império Serrano, destacou: “Cirúrgico e perfeito. Tanto no Axé quanto no carnaval acontece a mesma problemática”.