O filme francês «Dheepan», de Jacques Audiard, foi o vencedor da Palma de Ouro da 68ª edição do Festival de Cinema de Cannes, encerrada neste domingo (24). A França também levou os prêmios de melhor ator, para Vincent Lindon, no filme «A Lei do Mercado», e de melhor atriz para Emmanuelle Bercot, por «Meu Rei» – prêmio dividio com a americana Rooney Mara, por sua atuação em «Carol». Os três filmes italianos candidatos, bastante cotados, ficaram de fora da festa.
Dheepan é um refugiado político, militante separatista tamul, que se instala na França com sua família. O filme retrata as dificuldades de adaptação em um novo mundo e as marcas deixadas pela violência dos conflitos separatistas no Sri Lanka.
Dos cinco filmes franceses candidatos à Palma, «Dheepan» era o único com saldo positivo entre a crítica especializada. Audiard recebeu em 2009 o Grande Prêmio do Festival de Cannes pelo filme «O Profeta».
Filme sobre holocausto leva Grande Prêmio
O Grande Prêmio, o segundo mais importante do festival, foi para o comentado e elogiado «Filho de Saul», primeiro longa do húngaro Lazslo Nemes, 38 anos. O holocausto é visto pelo olhar de Saul, prisioneiro em Auschwitz, integrante do Sonderkommando, um grupo mantido à parte no campo de concentração.
A tarefa desses presos era ajudar a levar os condenados à câmara de gás, recolher os pertences dos mortos, limpar as câmaras e fornos e ajudar a dispersar cinzas e cadáveres. Isso enquanto aguardam a própria morte, em poucos meses. « Filho de Saul » foi bastante cogitado para levar a Palma de Ouro.
O prêmio de direção foi para o taiwanês Hou Hsian-Hsien, por «The Assassin» («A Assassina», em tradução livre) – um filme de imagens magníficas, na China medieval, com intrigas de clãs e duelos de espadas.
Outros prêmios:
Prêmio do Júri: “Lagosta”, dirigido por Yorgos Lanthimos (Grécia)
Melhor roteiro: “Chronic”, de Michel Franco (México)
Câmera de Ouro (primeiro longa-metragem): « A Terra e a Sombra », do colombiano César Augusto Acevedo
Palma de honra – A homenagem pelo conjunto da obra foi para a cineasta Agnès Varda, 86 anos
Melhor curta: Waves`98