O cinegrafista da “Band” que foi atingido por um artefato explosivo enquanto filmava o protesto contra o aumento das passagens de ônibus no Rio de Janeiro na noite desta quinta-feira (6) está em coma, segundo informou a Secretaria Municipal de Saúde.
Ele foi internado no Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro, onde foi submetido a cirurgia. A vítima perdeu parte da orelha e teve um afundamento de crânio. Outras seis pessoas ficaram feridas no episódio, e 28 manifestantes acabaram presos.
A emissora comunicou que espera no hospital, junto à família, os resultados da cirurgia. Ele foi atingido pelo artefato na Central do Brasil, durante um confronto entre policiais militares e manifestantes, socorrido e levado para a unidade de saúde por PMs do Batalhão de Choque. Não se sabe quem lançou o artefato que atingiu o profissional.
A confusão teve início quando alguns policiais tentaram retirar os manifestantes que pulavam as catracas do local com golpes de cassetetes. Eles revidaram jogando pedras, e começou o confronto. Um repórter do UOL foi agredido enquanto estava parado no local. Quando os PMs se aproximaram, ele levantou as mãos e se identificou como jornalista, mas mesmo assim foi atingido com dois golpes nas pernas. Um repórter da “GloboNews” e fotógrafos de agências de notícias também relataram agressões policiais.
Procurada, a Polícia Militar afirmou ainda não ter posicionamento sobre os fatos referentes ao protesto. Os policiais destacados para o protesto atuaram sem identificação. A corporação também não soube explicar se houve uma orientação específica a esse respeito.
O confronto assustou os comerciantes locais, que fecharam as portas. A Polícia Militar usou bombas de efeito moral dentro da estação para conter o protesto. Com a confusão, muitas pessoas passaram mal e desmaiaram no local. Seis foram internadas com ferimentos, nenhuma em estado grave. O grupo de 28 manifestantes presos foi colocado em um micro-ônibus da PM e levado para a 19ª Delegacia de Polícia.