

Levantamento mostra que o Brasil nunca teve tantos pedidos voluntários de demissão como agora, o que aponta para uma mudança estrutural na forma como os trabalhadores encaram o emprego formal. Segundo dados do Caged analisados pelo economista Bruno Imaizumi, da LCA 4intelligence, 37,9% dos desligamentos registrados em janeiro de 2025 foram feitos a pedido do trabalhador — um recorde histórico. O fenômeno tem sido impulsionado por jovens, mulheres e profissionais do comércio, em busca de mais qualidade de vida e flexibilidade. Com informações do Globo.


Para Imaizumi, as razões vão além de salários: “Estão entrando na conta qualidade de vida, tempo de deslocamento, trabalho remoto e híbrido. Empregos que exigem presença física, como indústria e construção civil, perdem”. Ele também aponta que o crescimento de microempreendedores individuais (MEIs) tem facilitado a transição para trabalhos autônomos. A pesquisa revela ainda que 45% das demissões entre pessoas com ensino superior foram voluntárias.
Isadora Teixeira, 26, deixou uma promissora carreira no Direito para empreender como designer de marcas. “Era um ciclo de exaustão, eu era bem mais estressada”, relata. Ela juntou dois meses de salário e o bônus anual antes de pedir demissão e hoje trabalha de casa, com agenda própria. “Meu plano A, B e C eram o mesmo: tinha que fazer dar certo”, afirma, destacando que no mês passado faturou mais do que ganhava no antigo emprego.
