A Polícia Civil de Minas Gerais informou nesta segunda-feira (5) que já recebeu relatos de cerca de 40 mortes de cachorros no Brasil após a ingestão de petiscos com suspeita de contaminação.
Em Belo Horizonte, subiu para oito o número de óbitos registrados. Na última sexta-feira (2), eram sete.
“Têm chegado ao meu conhecimento várias outras mortes Brasil afora, cerca de 40 até o momento. É importante que o tutor procure a delegacia mais próxima e leve o produto para que seja investigado se realmente esse óbito, essas intercorrências se deram em razão da ingestão do petisco”, afirmou a delegada Danúbia Quadros, da Delegacia Especializada em Defesa do Consumidor.
Segundo a delegada, os tutores devem ficar atentos ao surgimento de sintomas nos cães após o consumo dos petiscos: em caso de convulsão, diarreia, vômito e prostração, é importante procurar a delegacia.
Há relatos de mortes em pelo menos oito estados, além de Minas Gerais e do Distrito Federal: São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Alagoas, Sergipe e Goiás.
A Polícia Civil mineira vai investigar somente os casos registrados no estado.
Entenda
Três marcas de petiscos são investigadas por suspeita de contaminação: Dental Care, Every Day e Petz Snack Cuidado Oral. Todos são de fabricação da empresa Bassar.
Na última sexta-feira, a Polícia Civil informou que, em um dos petiscos entregues à delegacia por tutores de animais que passaram mal ou morreram, foi identificada a presença de monoetilenoglicol.
A substância, que é tóxica e pode levar à insuficiência renal, já tinha sido detectada por meio de necropsia realizada pela Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em um dos cãezinhos mortos.
Ainda na sexta-feira, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) determinou o recolhimento nacional de todos os lotes de produtos da Bassar e a interdição da fábrica, em Guarulhos (SP).
Nesta segunda-feira, a pasta informou que determinou a fiscalização dos estabelecimentos distribuidores.
“O Mapa orienta que formalizem as denúncias junto à Ouvidoria do Ministério munidos de informações sobre lote e data de fabricação dos produtos suspeitos. Já para fins de ressarcimento, consumidores devem entrar em contato com o fabricante ou com o estabelecimento”, afirmou, em nota.
O que diz a Bassar
“A Bassar Pet Food informa que decidiu interromper a produção de sua fábrica até que sejam totalmente esclarecidas as suspeitas de contaminação de pets envolvendo lotes de seus produtos. A empresa também está contratando uma empresa especializada para fazer uma inspeção detalhada de todos os processos de produção e do maquinário em sua fábrica, em São Paulo.
De modo preventivo, a companhia já estava recolhendo os lotes de duas linhas de alimentos, mas procederá agora ao recolhimento de todos os produtos da empresa nacionalmente, conforme determinação do Ministério da Agricultura, Pecuário e Abastecimento.
A Bassar esclarece que ainda não teve acesso ao laudo produzido pela Polícia Civil de Minas Gerais, mas está colaborando totalmente com as autoridades desde o início dos relatos sobre os casos. A empresa enviou amostras de produtos para institutos de referência nacional para atestar a segurança e conformidade de seus produtos sob investigação.
Além disso, acionou todos os seus fornecedores para que façam o rastreamento dos insumos utilizados para afastarem a hipótese de algum tipo de contaminação.
A empresa está solidária com todos os tutores de pets – nossos consumidores e razão de nossa empresa existir. Somos os maiores interessados no esclarecimento do caso. Por isso, a empresa vem tomando todas as providências para investigação dos fatos. Os consumidores podem tirar dúvidas pelo e-mail sac@bassarpetfood.com.br.”