sexta, 22 de novembro de 2024
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Chance de segunda onda do coronavírus é real, diz ministro

O ministro da Saúde, Nelson Teich, disse nesta quarta-feira (29) que não é possível saber quando será o pico de casos do novo coronavírus no país e que a possibilidade…

O ministro da Saúde, Nelson Teich, disse nesta quarta-feira (29) que não é possível saber quando será o pico de casos do novo coronavírus no país e que a possibilidade de uma segunda onda da pandemia é real.

“As medidas de isolamento, que radicalizam o distanciamento, ele é necessário porque você não sabe o que fazer. A única coisa que você sabe é que o distanciamento diminui o risco de contágio. Como você não sabe quem está contaminado, qual o percentual, como aquilo transmite, qual frequência, você faz o radical, o que se faz há cem anos, você separa todo mundo”, declarou Teich.

Segundo Teich, a falta de informações precisas sobre o coronavírus faz com que não seja possível excluir a possibilidade de uma “nova onda” mesmo após eventual queda de casos no país.

“Essa falta de informação impede de entender melhor o futuro. Se a imunidade vem com 60%, 70%, 80%, até aí os números não são precisos, é muito longe. O que deixa em alerta para a possibilidade de segunda onda, que é real”, disse.

Teich citou ainda que não é possível saber, por exemplo, se pessoas já infectadas poderiam ter novamente a doença. “Outro dado importante é que já existem relatos isolados de pessoas que tiveram a doença duas vezes. O que não garante nem que você ter o anticorpo seja correto”, afirmou.

O ministro criticou projeções que, segundo ele, trazem “números exagerados”. Ele citou estudos como do Imperial College, por exemplo. “Você cria números aterrorizantes e as pessoas se fixam naquilo. E acaba tomando decisões com base no que não é real.”

As declarações do ministro ocorreram sessão virtual do Senado nesta quarta-feira. Na sessão, feita por videoconferência, Teich voltou a citar a intenção de aumentar a testagem da população, mas frisou que não há como garantir a oferta para toda a população.

Ele também disse que a pasta pretende fazer uma diretriz com parâmetros diferentes para isolamento social conforme a região e diferentes populações do país – o que abriria espaço para uma possível flexibilização.

Em seguida, no entanto, afirmou que nenhuma decisão seria tomada em meio ao aumento de casos. “Enquanto a gente não tiver uma definição clara de como são as curvas e como vai ser uma sequência de distanciamento, vamos manter o que está sendo feito até hoje”, disse.

Inicialmente, Teich evitou responder sobre o tema, afirmando que “perguntar sobre ficar em casa ou não é simples demais”. “Ficar em casa é genérico demais. Ficar em casa vai ser a melhor opção para algumas pessoas, não para todas. Vamos trabalhar isso de forma mais específica”.

Criticado por senadores, afirmou que o ministério nunca orientou uma saída do distanciamento social.Para Teich, ainda é cedo para recomendar um retorno das atividades escolares, por exemplo. “Em relação à volta às escolas, a gente está desenhando uma estratégia que vai ser feita e você vai ter critérios, mas, neste momento, não existe qualquer recomendação também de volta às escolas.”

Ele fez críticas a uma “polarização política” sobre o isolamento social. “Preciso ter a neutralidade de avaliar e não ter um pré-julgamento. A minha única preocupação é com as pessoas. Não vou aceitar discutir isso politicamente.”

No encontro, Teich definiu a epidemia como um “momento crítico” da história da saúde e pediu “união de esforços” com senadores.

O ministro definiu ainda a situação de abastecimento de alguns equipamentos, como respiradores, como “crítica”. Segundo ele, uma importação de 15 mil respiradores que estava prevista da China foi cancelada após uma “suspeita” no processo após exigência de que o dinheiro fosse enviado à Suíça.

Ele afirma que a decisão pelo cancelamento ocorreu ainda na última gestão da pasta. “É importante colocar que, em relação à China, não foi uma posição ideológica. O problema com a China foi o processo um pouco confuso, a gente ficar preocupado de ter que depositar metade antes, num país como a Suíça. Aquilo que eu soube é que se optou por não fazer essa opção”, disse.

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