As chances de voltar ao peso normal dentro de um ano, depois de estar obeso, é apenas uma em 210 para homens e uma em 124 para mulheres, segundo uma pesquisa britânica.
Em casos graves de obesidade, a perda de peso em apenas um ano é ainda menos provável, concluíram pesquisadores da universidade King`s College London.
O estudo diz ainda que as atuais estratégias de combate à obesidade estão fracassando.
A equipe pede “políticas de saúde mais abrangentes” para prevenir a obesidade.
A médica Alison Fildes, que liderou a equipe de cientistas, disse que, na Grã-Bretanha, as opções de tratamento disponíveis a obesos não dão certo para a maioria dos pacientes.
“É preciso focar o tratamento na prevenção do aumento de peso e na manutenção de perda de peso, por menores que sejam”, disse a doutora Fildes.
“As atuais estratégias que se concentram em cortar calorias e aumentar a atividade física não estão dando certo para a maioria dos pacientes que querem perder peso e manter isso.”
Para a médica, a maior oportunidade para combater a “epidemia de obesidade” é mudar a política no nível da população.
Registros médicos
O estudo acompanhou o peso de 278.982 homens e mulheres entre 2004 e 2014 através de registros médicos eletrônicos.
Pacientes que perderam peso por causa de cirurgias específicas para isso foram excluídas.
Durante a pesquisa, 1.283 homens e 2.245 voltaram ao seu peso normal.
Para aqueles considerados obesos (com Índice de Massa Corporal, IMC, entre 30 e 35), a probabilidade de emagrecer em um ano é maior entre mulheres que entre homens.
No caso de obesos mórbidos (IMC entre 40 e 45), apenas um em 1.290 homens e uma em 677 mulheres conseguiram emagrecer, segundo a pesquisa.
A boa notícia, segundo a doutora Fildes, é que perder 5% do peso é mais fácil.
Um em cada 12 homens e uma em cada 10 mulheres conseguiram emagrecer nesta proporção durante um ano.
No entanto, a maioria recuperou todo o sobrepeso nos cinco anos seguintes.
Mais de um terço dos homens e mulheres estudados atravessaram ciclos semelhantes de aumento e queda de peso.
A pesquisa foi publicada na revista médica American Journal of Public Health.