Cerca de 20% da família da deputada federal Flordelis (PSD-RJ) está envolvida no assassinato do pastor Anderson do Carmo, de acordo com o delegado Antônio Ricardo Nunes, diretor do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP) da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro. O pastor foi executado com mais de 30 tiros em 16 de junho do ano passado.
“Temos aí 11 pessoas respondendo criminalmente, levando em conta que a família são 55, nós temos 20% da família envolvida nesse crime”, afirmou o delegado após a prisão de nove pessoas, entre elas seis filhos do casal.
Segundo a polícia, antes do assassinato a tiros, Flordelis tentou envenenar o marido pelo menos quatro vezes. O inquérito concluiu que Anderson foi morto por questões financeiras e poder na família.
“A investigação demostrou que toda aquela imagem altruísta e de decência era apenas um enredo para alcançar a posição financeira e política. Depois que ela alcançou esse objetivo principal de chegar à Câmara dos Deputados, ela colocou em prática esse plano criminoso intrafamiliar”, afirmou o delegado Alan Duarte.
Na manhã desta segunda (24), a Polícia Civil do RJ e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) tentavam cumprir 9 mandados de prisão contra suspeitos de envolvimento no crime.
Segundo os investigadores, a deputada federal Flordelis é a mandante do crime. Ela não pôde ser presa por causa da imunidade parlamentar.
De acordo com os policiais que participam da operação, a deputada chorou no momento em que os filhos foram presos. “Ela foi surpreendida com a nossa chegada e chorou um pouco. Tem muita gente dentro da casa”, disse Antônio Ricardo.
Um crime bárbaro, um crime covarde
Segundo o delegado Antônio Ricardo, a investigação da polícia chegou ao fim após um ano e dois meses. “Chegamos a 11 pessoas que serão responsabilizadas criminalmente por esse crime. Um crime bárbaro, um crime covarde. A investigação chegou a essa conclusão – que ela planejou esse assassinato covarde contra seu ex-marido. A motivação é que ela estava insatisfeita com a forma como o pastor Anderson tocava a vida e fazia a movimentação financeira da família”, destacou Antônio Ricardo.
Sobre a participação dos filhos, o delegado ressaltou que todos tiveram a participação comprovada no decorrer da investigação.
Já com relação a participação da deputada, o delegado explicou que tudo foi encaminhado para o Tribunal Superior.
“Sabemos que o parlamentar tem a sua imunidade e ele só pode ser preso em flagrante por crime inafiançável. Então, ela responderá pelo crime também, como mandante e nós requeremos também algumas medidas cautelares diversas da prisão e depois passamos detalhes para vocês”.