O CAV (Clube Atlético Votuporanguense) treina apenas no período matutino para enfrentar o América no domingo, dia 14, às 10h, no Teixeirão, em São José do Rio Preto, pela última rodada da primeira fase do Campeonato Paulista da Série A3.
Na manhã de ontem, os jogadores foram divididos em quatro equipes e dividiram o mesmo campo, um tático diferente.
O jogador Elsinho comentou ontem que o time quer encerrar a sua competição com resultado positivo. “Queremos fechar com a vitória para ficar com uma imagem melhor. A gente não conseguiu o objetivo principal, mas ficamos na divisão e isso foi importante para o primeiro ano na A3. Queríamos o acesso entre os oito, mas, infelizmente, futebol não é sempre como a gente quer, senão, todo mundo tinha que ganhar, todo mundo subia, mas tivemos uma boa participação. Depois que o acesso não deu certo, procuramos nos manter na A3 e conseguimos”.
Para o jogador, perder pontos em casa prejudicou o tome. “Os jogos em casa eram essenciais e a gente deixou escapar alguns”, falou.
A equipe que vai enfrentar o América está definida: Cairo, Diego Bahia, Elsinho, Vitor Hugo, Andrezinho, Sigmar, Jackson, Wallace, Willian Baiano, Romário e Tom.
O América vai ter desfalques no jogo de domingo, o técnico Wagner Miranda não vai contar com o volante Dinho e o lateral esquerdo Gustavo, que vão cumprir suspensão, mas, em compensação, os zagueiros André Gasparini e William Goiano, além do lateral esquerdo Vagner Bigu, que estavam no departamento médico, podem reforçar o Mecão.
O time de Rio Preto precisa vencer a Votuporanguense para permanecer na A3. Se perder ou empatar e Guaçuano, São Vicente, Palmeiras B vencerem, o Rubro cairá para a Segundona.
Além disso, o time tem outro problema, a renda do jogo está na mira da justiça em razão de uma ação movida pela Prefeitura de Rio Preto contra o clube para arcar com honorários. O juiz da 1ª Vara da Fazenda, Marcelo Moraes Sabbag, determinou a penhora de R$944,52 das bilheterias, referentes a custas processuais desde 1998.
Na época, o América alegou ser uma entidade sem fins lucrativos e pleiteou isenção de Imposto Sobre Serviços (ISS), no exercício daquele ano, mas teve o pedido indeferido.
O débito em 1998 era de R$ 800 e foi atualizado até março deste ano, de acordo com solicitação da procuradoria geral do município. Em janeiro de 2011, a Justiça havia decretado a penhora online, com a retirada de R$ 880 de uma conta bancária, mas não conseguiu.
Para cobrir os R$ 944,52 e os demais gastos, o América precisará vender 550 ingressos no valor de R$ 10 (meia-entrada). Isso porque, de acordo com o boletim financeiro publicado pela Federação Paulista de Futebol, em cada jogo, as despesas são com ambulância, policiamento, recolhimento de INSS, fiscalização, fundo de manutenção, totalizando R$ 4,5 mil, no mínimo.
O público necessário é quase o dobro da média obtida pelo Rubro no Teixeirão neste ano. Em nove jogos em casa, o Vermelhinho comercializou 2.572 ingressos, média de 285 torcedores por partida. E essa não será a única execução. “A Justiça do Trabalho também determinou a penhora total da renda do jogo contra o Votuporanguense”, disse o presidente do América, Luiz Carlos de Marco, o Martelinho. A dívida trabalhista do clube desde 2003, atualizada 28 de fevereiro, chega R$ 5.039.863,36, segundo o advogado Luiz Carlos Tonin, defensor do Rubro.
Em 2004, o clube fez um acordo e a Justiça do Trabalho teria direito a 20% das rendas do América com venda de ingressos. No entanto, das nove partidas no Teixeirão, houve lucro apenas no derby contra o Rio Preto, com 1.203 ingressos vendidos.
No duelo contra a Itapirense, o clube comercializou 83 bilhetes e, além do prejuízo de R$ 3,7 mil com o jogo, viu o oficial retirar R$ 240 das bilheterias, a pedido da juíza Fernanda Gomes, da 1ª Vara do Trabalho.