domingo, 22 de setembro de 2024
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Catadores receberão carrinhos para coleta

Uma rotina de até 12 horas por dia sob o sol, a chuva, o calor e o frio para conseguir uma renda diária média de R$ 10. Isso sem contar…

Uma rotina de até 12 horas por dia sob o sol, a chuva, o calor e o frio para conseguir uma renda diária média de R$ 10. Isso sem contar o peso a ser puxado pelas ruas, ladeira acima, ladeira abaixo, em carrinhos improvisados, no preconceito das pessoas e muitas vezes tendo um histórico de sofrimento familiar, doenças e idade avançada. Esse é o cenário dos catadores de lixo reciclável em Votuporanga, que sensibilizou o vereador José Nelson Chino Bolotário, que quer através da simples padronização dos carrinhos, uma melhoria considerável da condição de trabalho desses catadores. Por cerca de 30 dias, o vereador, num trabalho extra-Câmara, percorreu as ruas da cidade em busca dessas histórias de vida, fotografando e reunindo dados.”Um dia eu vi um carrinho desses tombar no meio da Rua Amazonas, pesado, cheio e coisas, porque a roda não aguentou. Parou o trânsito, as pessoas ficaram olhando, achei constrangedor, fiquei com pena da pessoa e a partir daí achei que se eles tivessem pelo menos um carrinho melhor, poderiam fazer esse trabalho com mais dignidade. Desde o ocorrido, Chino se propôs a buscar alternativas em carrinhos, parcerias para comprá-los e perfis de catadores.No levantamento, o vereador encontrou 42 catadores dos mais diversos perfis, mas com históricos de pobreza, desemprego e doenças, bem similar.

Perfil dos catadores
A grande maioria já estão na terceira idade ou estão entrando nela. São pessoas que têm entre 48 e 76 anos, mas a maioria na faixa dos 58 a 60. Tanto homens quanto mulheres se prestam a esse serviço por falta de oportunidades.Quase que a totalidade dos catadores não possui qualificação profissional, e se teve trabalho anterior, encontra dificuldades de uma nova oportunidade devido ao pouco estudo ou por já estar em idade avançada. É comum também pessoas já têm idade para aposentar mas não tem instrução para requerer o benefício. Outras, mesmo com a aposentadoria de salário mínimo do Governo, têm que trabalhar para sustentar a casa, pagar aluguel, cuidar de filhos e netos. Dentre os perfis comuns ainda está o de pessoas que têm familiares doentes ou acamados e não podem ter um emprego fixo por necessidade de cuidá-los. Há outros, que mesmo considerados inválidos pelo sistema (por serem infartados, cardíacos, terem doenças degenerativas, psíquicas ou problemas como derrame que acometem a capacidade motora e psicológica) necessitam do trabalho como fonte de sobrevivência.

Patrocínios
E é por conta dessas dificuldades físicas que Chino acredita que os carrinhos que muitas vezes são improvisados com pedaços de armários, geladeiras velhas e um emaranhado de metais e arames, com rodas pesadas, fazem o trabalho ficar ainda mais difícil. “Fizemos pesquisa e elaboramos um carrinho mais leve, com rodas e pneus apropriados, aramado, com faixas refletivas que estamos fabricando para doar para essas pessoas”, explica o vereador. Chino, que batizou o projeto de “Transportando Esperança” já conseguiu patrocínios de empresários para confeccionar 20 carrinhos ao preço médio de R$420, cada.Nesta primeira etapa que pretende entregar os carrinhos até janeiro, deverão ser priorizados os catadores em situação mais difícil — que tenham seus atuais carrinhos mais precários, que paguem aluguel e não tenham outra renda, ou ainda que tenham problemas de saúde e locomoção. Quem quiser ajudar a patrocinar os demais 22 carrinhos pode procurar o vereador em horário comercial na Câmara. O telefone é o 3421-1920.

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