Mileno Castro Tonissi, responsável pelo Centro de Controle de Zoonoses de Fernandópolis informou à Rádio Educadora durante entrevista na manhã de hoje, que em uma semana, Fernandópolis saltou de 58 para 76 casos de leishmaniose.
A Secretaria Municipal de Saúde, através do Centro de Controle de Zoonoses, tem intensificado as ações de combate a leishmaniose visceral americana (lVA), segunda doença parasitária que mais faz vítimas no mundo (a primeira é a Malária). A zoonose é comum ao cão e ao homem, sendo que os humanos contraem por meio da picada do mosquito fêmea que adquiri o parasita ao picar o cachorro (que é o hospedeiro). Desde o início deste ano 76 cães foram diagnosticados com a doença no município (todos foram eutanasiados).Não há registro de casos em humanos.
Várias iniciativas vêm sendo tomadas pela equipe de Zoonoses para o controle do mosquito vetor na área urbana, como a colocação de armadilhas para a captura do mosquito e, consequentemente, o mapeamento das áreas onde eles estão sendo encontrados. Os profissionais das Unidades de Saúde têm sido capacitados para a realização do diagnóstico e tratamento precoce, o qual é oferecido exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde.
Para que o combate à doença ganhe ainda mais força, é preciso que a população também colabore, “A população pode ajudar eliminando criadouros do mosquito e a melhor forma é não criar galinhas nos quintais das casas”, afirmou Mileno, durante o programa Show da Manhã.
Como surgiu:
A LVA foi registrada pela primeira vez em 1999 na cidade de Araçatuba. É transmitida pela fêmea do mosquito flebotomíneo do gênero Lutzomyialongipalpis (chamados de “mosquito palha” ou “birigui”), tendo sido confirmada pela primeira vez em área urbana também em Araçatuba em 1997. Desde então, verifica-se a expansão da doença e adaptação do vetor no meio urbano, ocorrendo de região em região em direção ao centro do estado. No Brasil as medidas de controle são preconizadas pelo Ministério da Saúde e consequentemente adotadas pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e pelas secretarias municipais como a de Fernandópolis.
A complexidade da transmissão exige adoção de ações e intervenções integradas de saúde, ambiente, animal e vetor, sendo assim, as medidas educacionais e a participação da comunidade são fundamentais para coibir a proliferação e a transmissão da doença.
Os humanos contraem a leishmaniose por meio da picada do mosquito fêmea que adquiri o parasita ao picar o cachorro (que é o hospedeiro). O mosquito habita ambientes úmidos, escuros, como o solo e troncos de árvores, e geralmente picam durante a noite. São encontrados em ambientes protegidos como fendas de pedra, grutas de animais, oco de árvores; e também ambientes modificados pela ação humana, tais como: abrigos de animais domésticos como galinheiros, chiqueiros e currais.
Depois que um indivíduo é picado, o período de incubação da doença pode durar de dez dias a dois anos, mas é comum que os sinais e sintomas se manifestem entre dois a quatro meses. Os principais sintomas da leishmaniose em humanos são febre, perda de peso, aumento do fígado e do baço, anemia e deficiência do sistema imunológico. Sem tratamento a doença é quase sempre fatal. A confirmação da doença só pode ser feita através de exame de específicos.
Em cães, alguns sintomas que estão associados à doença e que podem levar o proprietário a desconfiar da enfermidade são: febre irregular apatia, emagrecimento, descamação, úlceras na pele em geral no focinho, orelhas, conjuntivites, fezes sanguinolentas e crescimento exagerado das unhas.