domingo, 24 de novembro de 2024
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Caso Daniel: suspeitos negam participação e falam sobre o crime

Três novos suspeitos do caso Daniel se apresentaram na segunda-feira (5) à Polícia Civil do Paraná. Os investigadores acreditam que eles podem ter algum grau de envolvimento no crime. Daniel…

Três novos suspeitos do caso Daniel se apresentaram na segunda-feira (5) à Polícia Civil do Paraná.

Os investigadores acreditam que eles podem ter algum grau de envolvimento no crime. Daniel Corrêa, 25 anos, foi encontrado morto em um matagal em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, após ter participado de uma festa na casa da família Brittes.

David Willian Vollero da Silva, de 18 anos, e Igor King, de 19, devem prestar depoimento somente na quinta-feira (7). Eles são amigos de escola de Allana Brittes, a aniversariante, filha do empresário Edison Brittes Júnior, que confessou ter matado o jogador e está preso temporariamente.

Os dois amigos estavam no carro conduzido por Edison Brittes, o “Juninho Riqueza”, que colocou Daniel no porta-malas após uma sessão de espancamento. O advogado Robson Domakoski que, junto com Allan Smaniotto, faz a defesa de David e Igor, conversou com o UOL e falou sobre a noite do crime.

Segundo Domakoski, os dois rapazes negam terem participado do espancamento e assassinato de Daniel. A defesa afirma ainda que os amigos foram ameaçados por Juninho ao tentarem impedir que o pai de Allana matasse o jogador. No entanto, Allana afirmou que os dois amigos participaram, sim, das agressões a Daniel. Uma testemunha-chave do caso também identificou tanto Igor quanto David entre os agressores de Daniel.

Os dois suspeitos dizem que não participaram das agressões. “Eles são bons meninos, estudantes sem passagem pela polícia e estão absolutamente em choque com tudo isso”, afirmou Domakoski. “A todo momento eles pediam calma, diziam que Daniel já tinha tido o suficiente.”

Mesmo querendo evitar as agressões, David e Igor aceitaram entrar no Veloster preto de Juninho. “A primeira ideia não era matar o Daniel”, afirmou o advogado Domakoski. “A ideia era largá-lo sem roupa na rua para passar vergonha. Alguém teve a ideia de deixá-lo na BR sem roupa. Mas no meio do caminho, o celular do Daniel, que estava no banco da frente, tocou, e o Edison, o assassino, pegou o celular e viu as imagens”, afirmou o defensor, se referindo às fotos em que Daniel aparece na cama da esposa Cristiana. “Aí que o Edson perdeu a cabeça e tomou outro rumo”, diz a defesa dos rapazes.

O advogado ainda afirma que os amigos tentaram dissuadir Juninho de matar Daniel: “Eles ficavam dizendo: Não faz isso, vai estragar sua vida! Quando ele desceu do carro, o David desceu junto para tentar evitar o pior, mas foi ameaçado. O Edison disse: Não se meta se não vai sobrar pra vocês. Aí eles ficaram apavorados, entraram em choque.”

Ainda em entrevista ao UOL, Domakoski afirmou que seus clientes não viram o momento em que Daniel foi morto. “Eles não presenciaram”, disse o defensor. “Estavam dentro do carro, não chegaram a ver, só ouviam o resmungo.”

O delegado Amadeu Trevisan, responsável pelo caso, deve ouvir o depoimento de David e Igor na quinta. A possibilidade já considerada pela defesa é de que os rapazes sejam presos temporariamente.

Cristiana Brittes e Allana Brittes foram ouvidas na segunda-feira (5). Os depoimentos corroboram a versão de Juninho de que ele teria matado Daniel depois de descobrir que ele tentava estuprar sua esposa. A família de Daniel nega essa versão.

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