domingo, 24 de novembro de 2024
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Casas do São Francisco estão prontas, mas moradores ainda não receberam as chaves

As 577 famílias be­neficiadas pelo Programa Minha Casa Minha Vida do Governo Federal com uma casa no Jar­dim São Francisco vivem um drama. Mesmo com as casas prontas, as chaves…

As 577 famílias be­neficiadas pelo Programa Minha Casa Minha Vida do Governo Federal com uma casa no Jar­dim São Francisco vivem um drama. Mesmo com as casas prontas, as chaves não foram entregues.

Segundo informações de fun­cionários da Construtora Gec­con, responsável pela obra, a entrega das casas deverá ser feita pela Caixa, que fará uma vistoria antes de liberar os imóveis. Ain­da faltam concluir as instalações dos hidrantes e a parte elétrica.

PRAZO

No dia 16 de abril deste ano, no salão social da Casa de Por­tugal, representantes da Caixa Federal fizeram o sorteio dos endereços dos mutuários.

A promessa era de que as chaves seriam entregues no prazo má­ximo de 60 dias. Tempo esgota­do no segundo semestre do mês de junho.

Segundo informações, a parte elétrica do Jardim São Francisco só poderá ser concluída após o pagamento de uma taxa cobrada pela Elektro, o que já teria sido feito.

A partir daí, a companhia de eletricidade tem o prazo de até 60 dias para começar os ser­viços e mais 45 dias para con­cluir os trabalhos. Uma previsão que preocupa ainda mais os moradores.
O vereador Gustavo Pinato, na sessão ordinária do dia 18 de junho, solicitou, por meio de requerimento, a data da entrega das casas. A prefeitura ainda não respondeu ao vereador.

REALIDADE

Muitos moradores, ansiosos para tomar posse de suas casas, pagaram antecipadamente a taxa de registro imobiliário, no valor de R$ 401,57, que pode ser quitada até dois dias antes da ocupação.

Infelizmente, esses moradores não contavam com a demora na entrega das moradias, e muitos estão passando necessidades como falta de comida e atraso nos alugueis.

Esse é o caso de um senhor que preferiu não ser identifica­do. Ele, com receio de perder o imóvel, pagou a taxa de registro de imóveis no dia 6 de maio des­te ano, baseado nas informações de que as casas seriam entregues em data anunciada.

O fato é que o aposentado re­cebe pouco mais de R$ 670 por mês, fora um empréstimo con­signado que possui no banco. Com isso, recebe líquido men­salmente a quantia de R$474. Com o pagamento da taxa, ele ficou com pouco mais de R$70 no bolso para pagar aluguel, comida, água e luz. A partir daí, o aposentado começou a ter di­ficuldades para se sustentar e as contas começaram a acumular, como o pagamento do aluguel.

Esse é apenas um dos casos de pessoas que precisam se mudar com urgência para as casas do Jardim São Francisco. Um bair­ro que ainda não possui escola, unidade de saúde e nem asfalto nas vias de acesso.

Como as pessoas precisam de estrutura mínima para a sobre­vivência, os novos moradores serão dependentes do Jardim Ipanema, um bairro que, so­zinho, já não possui estrutura suficiente. Agora, com um ad­jacente desse porte, será ainda mais penalizado.

Recentemente, o CIDADÃO mostrou a dificuldade das crian­ças do Jardim Ipanema para frequentarem a escola. O bairro possui apenas um colégio mu­nicipal de ensino fundamental. Os que avançam para o ensino médio têm que pegar um ônibus e se deslocar para escola mais próxima, que fica a cerca de 5 km. Quando há algum proble­ma no transporte, todos perdem aula ou encaram a caminhada.

Os moradores, comerciantes, funcionários e empresários tam­bém sofrem para entrar no bairro quando chove. Apesar de o bairro ter mais de 40 anos, a Marginal Litério Grecco, única via de aces­so, ainda não é asfaltada. Quando chove, todos ficam praticamente ilhados. Os que se arriscam, aca­bam atolados na lama.

Em contato com a nova ad­ministração, esta afirmou que, a princípio, por conta da falta de planejamento, os moradores do São Francis­co terão de buscar no bairro vizinho o auxilio necessário, mas que a melhor forma de atender aos anseios das famí­lias que ali habitarão

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